quarta-feira, 26 de agosto de 2015

OSTOMIZADO, O CUSTO DO DISPOSITIVO - NEGOCIOS&COMPANHIAS, CHINESES NO HORIZONTE



Vitor Bento Munhão - Assistente Social
Mal do individuo que por desventura do destino tenha que ser subjugado a uma cirurgia e sair dela com uma Ostomia de Eliminação, seja ela temporária ou definitiva, para além da (des) informação que adquire na esmagadora maioria das unidades hospitalares, fica com o conhecimento, na primeira pessoa sobre, qual o custo e dificuldades na sua aquisição de algo que passa a ser tão importante como o ar que respira.
Em Portugal, supostamente um país desenvolvido, onde algumas das muitas companhias que existem pelo mundo “operam”, vivem em grande intimidade informativa e sectorial, constituindo-se algumas como elementos (des) reguladores junto do Estado já que a “desarrumação” a que se assiste na aplicabilidade da legislação é lhes de todo, vantajosa.
Afirmam-se como promotores da qualidade de vida e até algumas como praticantes do assistencialismo, desconhecendo a minha pessoa se por lá têm algum Assistente Social, incentivando ao endividamento da pessoa, quando oferecem tickets de restaurante para que se compre o seu produto já de si inflacionado ou apelando para que a pessoa ostomizada peça ao vizinho e/ou amigo dinheiro emprestado para a compra do tal dispositivo. Outras empenham-se nas ditas condutas especulativas quando incentivam à utilização desmedida e desorientada dos produtos, apenas pensando na politica do quanto mais vende, mais ganho, alheando-se ao que de facto o ostomizado necessita. Sabem perfeitamente que a pessoa ostomizada precisa de INFORMAÇÃO e de FORMAÇÃO!
Do ponto de vista financeiro a pessoa ostomizada e face à realidade vivida em Portugal sofre um impacto muito forte quando tem que adquirir o tão importante dispositivo médico, muitos (re) utilizando o dispositivo ou permanecendo com a placa ou penso colado no corpo mais que o tempo devido, levando ao degradar da pele e por sequência o degradar do seu bem-estar, aumentando o numero de visitas ao hospital ou centro de saúde.
As várias companhias defendem “virtualmente” o bem-estar da pessoa ostomizada pois falamos de empresas, empresas devem gerar “receitas financeiras e não caridade”.
Companhias que vendem através do concurso do ACSS aos hospitais numa perspectiva de “engodo” para o cliente/ostomizado e com preços cerca de 50 a 60% mais baratos do que é vendido por exemplo, numa farmácia. Para a companhia se no pós cirurgia utilizarem a sua marca, esse ostomizado pela falta de informação que lhe é embutida, muito dificilmente selecciona outra que lhe seja melhor ou se preocupa em saber se existem outras opções, logo temos um ostomizado fidelizado durante seis a oito anos em média.
Falamos num negócio anual que ronda perto de 3,5 milhões de euros para as companhias e onde o menos beneficiado é o Ostomizado que convém DESTABILIZADO, (DES) INFORMADO e assunto pouco falado.
Não me surpreende que e face às dificuldades económicas da grande maioria dos ostomizados portugueses e à sagacidade do empresário chinês em Portugal, seja possível a distribuição dos dispositivos de uma forma encoberta, de origem chinesa em que a qualidade, deixa muito a desejar, se é que não começaram já, Quiçá!

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