sexta-feira, 19 de agosto de 2022

OPINANDO A (DES)AUTORIDADE DO AGENTE DA PSP

 

Após a chamada telefónica assisti, não só celeridade na chegada, profissionalismo na abordagem quer com a minha pessoa quer com a pessoa lesada, mas acima de tudo na forma humana como toda a equipa, composta por Homens e Mulheres abordou o meu pai.

Transformaram o pânico em conforto, transportando-o para um ambiente de segurança em seu redor após o trauma provocado pelo assalto que foi alvo dentro da sua própria casa. Assalto que contraria algumas afirmações sobre o nível de segurança que se vive na Cidade do Barreiro, nunca estiveram tão errados. Sendo que ainda hoje ninguém me conseguiu explicar qual a razão pela qual a classe política e outros se negam a instalar o sistema de CCTV na cidade do Barreiro e suas Freguesias.

Adiante, com toda a calma e paciência conseguiram que o meu pai, um Homem de oitenta anos, viúvo e com uma visão abaixo dos 20% retrocedesse temporalmente de forma a recordar todo o incidente nunca permitindo que o medo voltasse a instalar-se de novo na sua mente.

Com uma calma preciosa e avocando uma posição de proximidade ao cidadão que também na sua condição de pessoa humana, sabem o que é de facto o policiamento de proximidade, conseguiram as informações que entenderam necessárias para perceber de facto o que se tinha passado. Quais os bens furtados e uma possível identificação do artificioso “colaborador da EDP” que insistia na troca do contador e o pagamento antecipado de 67,50 euros de forma a perceber se havia mais dinheiro ou não em casa, o que veio a acontecer “transportando” tudo o que conseguiu apanhar coagindo o meu pai a entregar tudo o que tinha e que não tinha.

Apesar do roubo estar materializado, roubo não, quero dizer subtração pois se afirmar roubo, ainda o tal “colaborador da EDP” me acusa de difamação, não posso deixar de amplificar a atitude dos Homens e Mulheres, neste caso que compõem o Comando da PSP do Barreiro.

Homens e Mulheres, alguns que a cidade do Barreiro viu crescer. Filhos do Barreiro com quem tive o privilégio de jogar futebol (na altura quem tinha uma bola fosse de plástico ou de borracha era o rei da rua) e onde se andava ao soco e pontapé porque tinha levado uma canelada do guarda-redes, mas que cinco minutos depois terminávamos no café da SFAL, Zip Zip para beber um pirulito e perceber se tinha ganho um abafador ou um olho de boi.

Hoje travamos amizades virtuais nas redes sociais! Já não se joga descalço para não estragar os ténis Sancho ou pouco se sabe para onde foi o jogo da carica ou do espeta, muito menos sabem quem foi o Cabo Ferreira da GNR (ali para os anos de 70) que com o seu cavalo-marinho debaixo do sovaco levava as bolas para o posto ali para o lado do Largo das Obras e ninguém piava.

Agente da Autoridade é humano e como humano comete erros, tal como eu como Assistente Social já cometi muitos, caso contrário estaríamos a falar de máquinas tipo Exterminador ou qualquer coisa parecida! Ninguém é perfeito e na actual sociedade a perfeição parece que existe apenas nas redes sociais e nos amigos virtuais que não conhecemos de lado nenhum, mas que temos 4 mil e tal lá pelo facebook!

Hoje temos as redes sociais e telemóveis que fazem filmagens soberbas enviando de imediato lá para as clouds e depois para os facebooks ou instagrams aquilo que nos interessa e onde se misturam os interesses sociais e políticos de conveniência denegrindo Homens, Mulheres e instituição onde cada vez mais a taxa de suicídio sobe, porquê será?

Nas redes sociais observamos ataques desmedidos onde tudo vale apenas para a venda de jornais e medição de share e obtenção de votos para alguns potenciais candidatos a governantes, levando ao total desrespeito a quem não só é mal pago, mas acima de tudo está presente na defesa dos meus direitos como cidadão, vivendo em alguns casos em autênticas barracas onde nem eu nos meus tempos de militar de Cavalaria dormia. Se puxam do “cassetete” ou levantam um pouco mais o joelho são crucificados na “Praça da Betesga”!

Estes Homens e Mulheres cumprem o seu dever não só como profissionais, mas acima de tudo como pessoas humanas. Estiveram lá quando o meu pai precisou. Tenho a certeza que a precisar de novo vão dizer, Presente!

Caros (as) Amigos (as), dizer bom dia Sr. Agente, de certeza que não nos faz cair os “parentes na lama”, mas sim reforça o respeito por um cidadão que ingressou numa instituição talvez por preferência, ou talvez por predisposição, mas ingressou e esse ingresso implica segundo os valores defendidos pela instituição (…) buscar o ponto de equilíbrio nos conflitos de valor sempre presentes no plano da segurança interna, nomeadamente: liberdade versus segurança; e ordem pública versus direitos, liberdades e garantias (…)

Em meu nome pessoal envio o meu reconhecimento aos agentes da PSP do Barreiro que perante a situação ocorrida com o meu pai na passada quarta-feira não se rogaram no cumprimento das suas funções, indo muito mais alem!

Como Ex-Militar fiz o seguinte juramento que infelizmente já em muito caiu no esquecimento

«Juro, como português e como militar, guardar e fazer guardar a Constituição e as leis da República, servir as Forças Armadas e cumprir os deveres militares. Juro defender a minha Pátria e estar sempre pronto a lutar pela sua liberdade e independência, mesmo com o sacrifício da própria vida.»

Vitor B Munhão

Barreirense

terça-feira, 21 de setembro de 2021

SERVIÇO SOCIAL, O DESÂNIMO (IN)VOLUNTÁRIO E AS DEMAGOGIAS PARTIDÁRIAS DE CONVENIENCIA!

Desregulamentação, Desarrumação, Descaracterização e Descontextualização com certeza os ingredientes ideais para alimentar a desmotivação profissional do Assistente Social.

Em Portugal estima-se um número aproximado 17.000 assistentes sociais em que +/- 30% está no desemprego. Na ordem dos 60% estão integrados em IPSS´s e restantes 10% no sistema da função pública. É lógico, que o dito patronato se sinta melindrado, pois a OAS a surgir muita coisa supostamente iria mudar em especial nas IPSS´s e Misericórdias, estas a contratar “encarregados” com o 12º ano e auxiliares com “conhecimentos” em Serviço Social.

Cada vez mais assistimos a uma liberalização de conveniência dos conteúdos académicos onde a “batalha campal” entre universidades publicas, privadas e politécnicos levam a meu ver ao agravamento da descaracterização académica por conveniência financeira. Criando formações digamos por conveniência rápida para que não fechem portas.

Anualmente as escolas de serviço social produzem um elevado número de desempregados, talvez me arrisque a afirmar mais de 70% dos licenciados, derrotados pelo cansaço emocional e físico provocado pela inglória procura de emprego, desistem. Optando pela vida profissional em outros países nomeadamente Reino Unido, Espanha, Estados Unidos, África do Sul, Dinamarca ou Países Baixos. Financeiramente e muitas vezes em desespero de causa por que as despesas são mensais consentem posições de trabalho mal remuneradas e sem quaisquer garantias de futuro a não ser o baixar a cabeça, para conseguir ter o prato de sopa na mesa. Posições onde o patronato não tem qualquer consideração ou respeito pela dignidade deste reforçado com a cumplicidade de algumas confederações com conhecimento efectivo destas matérias e que fecham os olhos auxiliados pela inactividade dos órgãos representativos da classe, onde a acção sindical é nula e sem credibilidade assim como uma Associação pouco virada para a defesa social e profissional dos Assistentes Sociais.

Academicamente falando e se analisarmos com honestidade, as escolas estão a “fabricar” excedentes o que por sua vez promove o desemprego, a descaracterização da profissão e o aumento da emigração nos nossos licenciados.

Observando políticos que fazem comparativos académicos e onde fica bem latente o desconhecimento total do que falam, como é o caso da Espanha, onde os colégios da profissão regulam, falam do Reino Unido onde apenas existe uma entidade reguladora das ciências sociais e afins onde se integra o Assistente Social, o HCPC, agora Social Worker for England que não é uma Ordem Profissional, mas sim uma entidade que regula várias profissões. O British College of Social Work fechou em Junho de 2015 por falta de verbas e onde por acaso até fui membro, desde 2012. Discute-se o Conselho Federal Brasileiro do Serviço Social onde estão registados todos os profissionais e que é de longe a que mais se aproxima de uma ordem profissional das que mencionei. No entanto nenhum dos “dignos deputados” teve ou tem a leveza de contactar ou procurar junto destas entidades e principalmente junto da APSS, digo eu, qual a definição de Serviço Social. Abriram a boca e pintaram a manta com a cumplicidade de todos os partidos políticos, em especial o Partido Socialista e Partido Social Democrata que têm nos seus quadros o maior número de Assistentes Sociais como deputados!

Não observo também qualquer acção por parte da Federação Internacional dos Assistentes Sociais, questionando mesmo o seu propósito e onde a cota anual paga pela APSS, leia-se financeiramente é elevado o valor desta cota face às receitas obtidas pela APSS, o que me deixa pensativo, como já o demonstrei por várias vezes. Afinal de contas qual o papel da FIAS ou a Europe – International Federation of Social Workers? Onde tivemos representantes portugueses em lugares de destaque e que literalmente se rociaram, incluindo o não comparecerem em congressos da APSS, Coimbra por exemplo!  Ou supostamente as inúmeras reuniões pela europa fora onde nunca ou pouco se soube dos seus resultados, se é que existiram e qual o benefício para o assistente social em Portugal.

É mais que evidente a necessidade de estruturar não só através da regulamentação para o exercício da profissão, mas também a área académica sendo na actualidade uma arte em constante “assalto” não apenas nas suas competências, mas acima de tudo nas posições profissionais por áreas académicas criadas pelos mesmo que lecionam na licenciatura em serviço social ou os mesmos que e com grande pompa e circunstância apregoam a defesa, mas criam “cursos técnicos de serviço social e desenvolvimento comunitário” ou “Serviço Familiar e Comunitário”, Gerontologia entre outros  para conseguirem dar resposta às muitas exigências de determinados grupos ditos da Solidariedade!

Teimosamente alguns dirigentes partidários continuam a insistir na desregulamentação da profissão, muito em especial no seio do Partido Socialista através dos hipotéticos “comissários educativos e de larga experiência” que bloqueiam a regulamentação. “Comissários” que eles próprios docentes em escolas de serviço social onde “ensinam” a tal teoria do assistencialismo especulativo porque os pobrezinhos, nunca podem deixar de ser pobrezinhos, mas que fora espadeiram lutas de bastidores não pela defesa da profissão, mas sim em conseguir o melhor “trem de cozinha”!  

Regulamentar a profissão através de uma Ordem Profissional no presente provoca-me fortes dúvidas não só pelo que se espera, um agrupar de todas as profissões relacionadas com as ciências sociais, mas também pelo grande lobby existente dentro das escolas de serviço social de onde nunca saiu um “esquadrão de ataque” talvez pelos mais diversos receios, despedimentos, represálias, etc. ou quem sabe também por uma estratégia do bem com deus e com o diabo!

Está subentendido o receio e completo desconhecimento por parte de alguns dos intervenientes políticos sobre a constituição da OAS, sendo que desconhecem por completo e passo a citar, qual a (…) a assistência social que fazemos (…) ou que (…) devemos aprofundar mais as razões da OAS (…) esta podia utilizar um palavrão cá do arrabalde, mas…

Assistimos a políticos, que até enfiavam botas de borracha e vestiam calças de ganga quando visitavam bairros sociais ou outros que constroem grandes planos sociais de campanha onde os executantes são economistas e advogados ou psicólogos, desconhecendo a nossa importância. Observamos alguns “Assistentes Sociais” em posições de influência nomeadamente como deputados, deputados que em nada dignificaram a profissão, muito pelo contrário em algumas matérias envergonharam por completo deixando bem claro o seu intento e a sua subserviência política.

No entanto o que se pode esperar num momento dramático vivido nesta pandemia onde nem uma referência foi feita ao óbito de Assistentes Sociais ocorrido em 2020 no momento de maior complexidade da pandemia ou o facto de termos colegas na frente de combate a criar pontes entre a própria ANPC e o Ministério da Saúde, ARS, Centros de Diagnostico Covid19 ou Assistentes Sociais em enfermaria ou em UCI, está tudo dito!

Quando a própria Dra. Ana Mendes Godinho que tutela o MTSSS desconhece por completo a nossa acção, apenas comenta a acção de outros profissionais, que com todo o respeito faço a minha vénia de agradecimento, remetendo para a gaveta o papel fundamental que tivemos na gestão de lares entre outras instituições publicas e privadas. Talvez ninguém tenha prestada a devida informação sobre a profissão, quem somos e o que fazemos! No entanto mesmo em tempo de pandemia as promoções e nomeações políticas estão ao mais alto nível!

“O Assistente Social é um Mediador de excelência entre as políticas sociais e a sociedade devendo ser parte activa na sua construção e a Pessoa, Grupo ou Comunidade. Que não existam disso duvidas!”

Vitor B Munhão

May the force be with all of you!

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

O SERVIÇO SOCIAL - THE DARK SIDE OF THE FORCE, THE SOCIAL WORKER

“I could keep my mouth shut, but it would not be the same!”

Preocupam-me as disputas de opinião de alguns profissionais sejam eles Assistentes Sociais ou de outras profissões onde e que cada vez se percebe o pânico provocado pelo surgir da Ordem dos Assistentes Sociais. Desânimo e desmotivação de outros provocado pelo desinteresse propositado dos governantes sejam eles qual a cor partidária no reconhecimento da regulamentação da profissão e até da parte de alguns académicos que a seu belo prazer não esquecendo a apetência desmesurada pelo poder, vão furando e compondo disfarçadamente o terreno minando aqueles mais desleixados para uma possível candidatura a Bastonária (o) da Ordem dos Assistentes Sociais porque sempre dá uma posiçãozinha de destaque social, umas viagens de borla e um autógrafo do Hernâni!

Em suma torna-se cada vez mais óbvia a instabilidade provocada pela forte intenção de nos constituirmos como Ordem Profissional, prova estão as palavras vazias, mas trémulas de pavor por parte da Confederação Nacional das Ordens Profissionais na pessoa do seu Presidente e dos seus mais diversos elementos presentes nesta convocatória na Comissão Parlamentar, observando-se uma atitude instigadora e de uma falta de respeito assustadora quando sabemos que dentro das suas próprias Ordens a “complexidade, da questão, sendo uma questão complexa e de grande complexidade onde a complexidade na regulação de uma profissão é complexa! (Presidente da CNOP e Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas), daqui está tudo complexamente dito!

 Por outro lado, e supondo eu que a Bastonária da Ordem dos Enfermeiros que é portadora por conveniência ou convicção do representativo pensamento “social democrata” logo contra a nossa ordem, defende a sua profissão e os seus profissionais até posso compreender, pois faria o mesmo se naquela posição estivesse, mas com certeza não faria afirmações descuradas e assentes na falsidade ou viria em defesa depois de perceber as carambolas financeiras onde está metida a Ordem dos Enfermeiros (reportados em 2016), mas essa parte pertence aos enfermeiros, talvez por isso a percentagem de não pagantes da cota é assustadora e que me leva a pensar seriamente sobre a credibilidade desta Ordem Profissional. 

Deixei de estranhar os comentários imaturos por parte da Ordem dos Enfermeiros muito em especial onde se alega que o Assistente Social não é autónomo lançando aqui mais uma confusão assente no maior desconhecimento sobre a profissão permitindo-me prestar mais um esclarecimento para que evite a senhora Bastonária de fazer figuras ocas e tristes, pois falar para estadista não é a mesma coisa que falar para Assistente Social sendo que a autonomia profissional, assente nas suas competências profissionais e académicas é total e cada vez maior. 

É fácil concluir que, das duas uma ou muitos profissionais de saúde e outros se enganaram na profissão que sempre sonharam ou deixaram de acreditar nas suas licenciaturas, o que ainda acho mais grave. Devia-se procurar saber qual a razão de um número elevadíssimo de Assistentes Sociais possuírem um vínculo de prestador de serviços, o que “prova” a autonomia jurídica da profissão, tal como os seus enfermeiros que e cada vez mais os números são assustadores no campo do desemprego ou e face à Lei um paciente que tenha uma alta clínica não pode sair da unidade de saúde ou hospitalar sem a alta social, que caso desconheça apenas o Assistente Social a pode emitir depois da alta clinica e de enfermagem, apesar de enfermeiros, médicos e gestores hospitalares tudo fazerem para suprimir a importância deste profissional no sistema de saúde.

É desajeitada a atitude para com os Assistentes Sociais quando esta Ordem de Profissionais negocia com a determinadas associações empresariais o remeter do plano nacional de saúde para o privado, ajudando ao acumular da divida do SNS, falo da portaria 111/2018, entre outros acordos de cavalariça que permitem ás farmácias o acto de enfermagem, supostamente com enfermeiros pagos em prestação de serviços a €3.25, remetendo a factura para o SNS ou faz cegueira sobre o pagamento de viagens pelo mundo a enfermeiros a troco da “imposição” ao individuo de determinados produtos e laboratórios. 

O Assistente Social tem por força da tal dita globalização da sociedade a necessidade de se tornar cada vez mais autónomo, mas também reforçar a sua independência profissional. Fruto da ausência de regulamentação. Muitos são os enfermeiros e outros profissionais que assinam um diagnóstico social ou fazem um encaminhamento assumindo-se a céu aberto como ASSISTENTES SOCIAIS, (parece que o sonho de muitos) esquecendo-se que o Assistente Social tem uma formação própria e autónoma do ponto de vista científico das restantes profissões, mas não é independente do ponto de vista profissional, trabalha em equipa partilhando o seu saber e atitude profissional num ambiente multidisciplinar.

É estranho os governantes, continuarem a acreditar nos pareceres despropositados e o fortalecimento deste tipo de “fazendas” permitindo o degradar propositado de uma profissão que é por força dos seus conteúdos a “bridge” entre a Sociedade e o Estado.

Não podemos continuar a ignorar a miscelânea de competências que nada têm a ver com a acção do Assistente Social, profissões criadas com um propósito muito específico, rentabilizar escolas com ideias em nada dignificantes, pois não explicam aos alunos qual o enquadramento profissional e social destas supostas licenciaturas. 

É frustrante quando se observa cada vez mais o Assistente Social que é substituído em concursos por profissões digamos que, “de maior modernidade” ou aqueles que aguardam a derradeira carta de despedimento para serem permutados por (in) competências académicas legalizadas pelos lobbys construídos por quem deveria ensinar a arte de bem executar o Trabalho Social ou por governantes que deveriam regulamentar a profissão para defesa da pessoa, do cidadão e que a ignoram ou dirigentes institucionais que numa total insipiência de conveniência premeditada remetem-se ao fotografo do dia para mobilizar as hostes de ogres e gárgulas tal é a ficção que se vive na profissão tornando-a pior do que viver ali para os lados do Triângulo das Bermudas, onde diz a história que muita coisa desapareceu sem ninguém perceber como e porquê!

E agora? Continuam as redes sociais a ser arma de arremesso onde se escondem os tais mentores das lutas pelos direitos ou vamos começar a marcar presença em frente da escadaria da Casa da Democracia? Eu já lá estive três vezes, aposto que alguns e algumas “movimentadores (as)” nem sabem onde fica! 

I´ll be back, when? I don´t know!

(publicado em 11-01-2017)

domingo, 5 de janeiro de 2020

QUEBRAR O PARADIGMA É URGENTE - PROFISSÕES CADA VEZ MAIS INDIVIDUALISTAS

(*) Vitor Bento Munhão

Desde sempre e agora cada vez mais nos apercebemos dos secessionismos extemporâneos profissionais e o pavor de que nos roubem a profissão.

Cada vez mais isolados e sem qualquer tipo de substância de prova o Serviço Social em Portugal é tido como uma profissão de segunda categoria, permitindo que alguns lobys a seu belo prazer se imiscuam em toda a gestão desta profissão, seja na regulação ou na defesa dos direitos sociais e profissionais. A preocupação do “quem é e não deixa de ser” seja a atingir o nível do ridículo onde se afastam excelentes profissionais apenas por se terem formado num Politécnico, coisa que ainda não percebi muito bem onde está a diferença quando percebo docentes que dão aulas em ambas as instituições académicas.

Algo de muito mau vai neste país quando assistimos ao reinar de uma luta desorganizada e provocada pelos interesses obscuros de alguns grupos. Grupos que e em causa própria lhes interessa esta confusão, promovendo contextos de indefinição e recusando a assumir um papel organizativo ou digamos até mesmo de apaziguamento profissional. Grupos onde a recusa inclusive da especialização profissional é algo aterrador levando-os a negar por completo o factor vital e importância de uma Assistente Social com uma Especialização!

Perceber o que são os Politécnicos ou Universidades? Num contexto de ensino Público ou Privado? Em que ficamos, quando temos que admitir que algumas das antigas escolas são hoje talvez os principais interessados na desorganização face ao baixar drástico do número de alunos em cada ano e onde tudo gira em redor do dinheiro e de grupos VIP´s!

Professores que misturam a sua docência entre o público e o privado e onde julgo que não devem ter programas específicos para cada uma das entidades onde leccionam logo pergunto, qual a diferença entre um Politécnico e uma Universidade? Quando e afinal de contas as universidades são os maiores produtores de desempregados e onde se pode comprovar o número de profissionais a emigrar.

Podemos hoje afirmar que no período entre Janeiro de 2014 e Agosto de 2017 os profissionais que se formaram em Universidades portugueses superaram em larga escala os que se formaram em Politécnicos, não quero com isto afirmar que um politécnico tem maior percentagem de empregabilidade, mas que supostamente está ao nível de uma Universidade, não tenho duvidas!

Para se perceber algumas ideias ou afirmações temos de estar minimamente integrados no contexto profissional de diversas profissões, nomeadamente ao nível do Assistentes Social e Educador Social onde quer se goste ou não as diferenças formativas são pouco diferenciadas, provocando as mais diversas discussões de concordância.

Assim podemos tomar em consideração que no período mencionado, a taxa de desemprego é bastante elevada e sem qualquer controlo por parte das entidades formativas ou representativas das duas classes.

Não existindo um registo fidedigno dos Assistentes Sociais em Portugal, apenas um número pouco fiável +/- 16 mil profissionais foi desenvolvido um estudo sobre as suas origens académicas, condições de trabalho e empregabilidade do Assistente Social Português fora de Portugal entre o período mencionado 01/2014 e 08/2017 tendo sido validada uma amostra de 248 profissionais a residir fora do País e considerando em exclusivo o Reino Unido, onde 46% são oriundos de Universidades e Institutos Superiores considerados de renome, como é o caso da Universidade Católica, Instituto Superior de Serviço Social do Porto/Lisboa e Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, seguindo-se o Instituto Superior Miguel Torga e a Universidade Lusófona de Lisboa e Porto. Universidade de Coimbra e dos Açores ficam-se pelo meio da tabela com 19% dos profissionais a residir em Inglaterra e no País de Gales.

O Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas com 11% dos profissionais a “optar” por trabalhar em terras britânicas. 7% destes profissionais optaram por tirar o seu grau académico em universidades Britânicas, como London College University, East Anglia University ou Oxford University, 2% na Universidade de Murcia e Universidade de Santiago de Compustela. Entre 10 a 15% são profissionais formados nos Politécnicos de Beja, Viseu ou Castelo Branco entre outros. Assim deixo ao critério da avaliação de cada um para que possam tirar as conclusões que julguem mais adequadas sobre os números presentes e importância dos estabelecimentos de ensino.

De facto e cada vez mais apesar do fecho de alguns cursos dos 23 que existiam em 2015, julgo ser tarde de mais pois o número de desempregados foi produzido durante os últimos quinze anos sendo que e na minha modesta opinião minimizar esse número a valores europeus obriga a que a estrutura profissional e representativa tenha obrigatoriamente que mudar o paradigma muito em especial com o assumir das especializações, acrescida obrigatoriamente da devida regulamentação, seja ela através de uma Ordem Profissional ou de uma entidade reguladora tal como no Reino Unido ou outros países da EU, onde a taxa de desemprego se situa perto de 2.12% em muito provocado pela forte taxa de entrada de profissionais oriundos do mundo inteiro ou até pelas mais diversas especializações promovidas pelos estabelecimentos de ensino a partir do terceiro ano de curso.

Julgo que e para marcar de uma vez por todas as profissões que integram os serviços sociais portugueses, em especial a do Assistente Social, devemos obrigatoriamente constituir-nos como parceiros privilegiados de discussão e permuta de conhecimento, caso contrário continuaremos a ser “comandados” por fontes externas e sem qualquer plasma de conhecimento de uma realidade cada vez mais descontextualizada da profissão e dos seus conceitos.

Espanha é também um exemplo a seguir, onde e também de igual forma é reconhecida e estimulada a especialização nas mais diversas áreas, como a área clínica hospitalar, saúde ou o contexto ambiental, Portugal continuamos a navegar ao sabor dos ventos de norte ficando cada vez mais a milhas de distância da inovação formativa.


(*) licenciado em Serviço Social / Pós-graduado em Gestão de Unidades Sociais e de Bem-estar / Doutorando em Serviço Social / Consultor / Member of the Associação dos Profissionais de Serviço Social (APSS) / Member of the British Association of Social Worker (BASW) / Member of the British College of Social Work (BCSW) / Member of the International Association for the Defense of the Ostomy Person (AIDPO) / Member of the World Council of Enterostomal Therapists (WCET)
 



terça-feira, 20 de agosto de 2019

PARADIGMAS DO ASSISTENTE SOCIAL E AS SOMBRAS DA PROFISSÃO


(*) Vitor Bento Munhão


Muito se diz, muito se comenta nas redes sociais sobre o Sindicato Nacional dos Assistentes Sociais e seus órgãos sociais.
Fundado a 15 de maio de 2013 e do qual afirmo que muito me honra ser um dos seus fundadores. Contudo e face às alterações e noticias que têm vindo a publico no decorrer nos últimos dois anos entre renúncias e demitentes ou presumíveis eleições virtuais não posso deixar de me sentir despojado ou defraudado pelo vincular das notícias quase que diárias de actos menos claros por parte dos órgãos sociais do SNAS, bem como do noticiar de passeios ou actos que em nada acreditam esta figura, que deveria ser algo de orgulho para a classe e seus profissionais.
O sindicato poderia ter reforçado a sua importância no actual contexto socioprofissional como instituição respeitada, única na sua essência, utilizando uma postura muito além do papel de mediador entre o profissional e o patronato, uma atitude convergente na defesa dos valores e direitos profissionais não só dos associados, mas da classe em geral.
Uma instituição que ao fim de quase seis anos, deveria ter tido a capacidade de levar junto das entidades patronais, tutela uma negociação laboral forte, séria e credível para além de estruturada e programada a médio e longo prazo, acompanhando as diversas mutações sociais e profissionais da classe.
Deveria ter-se constituído como figura central na defesa dos direitos sociais e laborais do assistente social, bem como na salvaguarda das competências, direitos e deveres da profissão, constituindo-se a par de outras similares a nível europeu ou até sul americano, mas não aconteceu, muito pelo contrário.
O facto do SNAS ter integrado uma central-sindical, do meu ponto de vista para além de quebrar a independência social e política da instituição, acima de tudo elimina um factor que para mim é obrigatório neste tipo de instituição, verticalidade, sem este factor um sindicato torna-se prisioneiro, dependente da vontade e contexto político de determinados grupos, que muitas vezes vão contra as necessidades da classe.
As decisões do SNAS que têm vindo a ser tomadas em supostas assembleias gerais ordinárias e extraordinárias onde apenas meia dúzia de associados, talvez de vinte ou trinta activos quando em Portugal julgamos a existência na ordem dos quinze a dezasseis mil profissionais de serviço social, estão feridas de imoralidades, para além do elevado grau de dúvida que tem provocado em muitos profissionais sendo que e quando a massa critica deste sindicato se resume a seis, sete ou dez associados que tomam as decisões de fundo, o resultado com certeza que não será o mais credível nem motivador do associativismo por parte dos profissionais, muito menos irá transmitir um clima promocional da importância da classe na sociedade.
Certo é que nunca me associei, pelas mais diversas razões das quais no mesmo dia em que foi fundado o Sindicato Nacional dos Assistentes Sociais informei a Assembleia Geral e posteriormente a Comissão Instaladora, da razão pela qual não fazia intenção de integrar os órgãos sociais e quais os motivos, pelo que não irei imiscuir-me com maior profundidade porque entendo que, não sendo associado, não pago cotas logo não tenho moral para a critica.
No entanto do meu ponto de vista, atingimos o patamar do que se pode considerar o chacotear da classe, do profissional e suas competências quando todos comentam nas redes sociais, mas por ai ficamos deixando a profissão cair no ridículo, no descrédito seja ele provocado por quem quer que seja e onde os profissionais desconhecem ou fazem que desconhecem que, não existe sustentabilidade se não existir massa critica que questione, que participe ou que contribua para o próprio suporte da defesa e apoio financeiro, pois todos sabemos que a complexidade e envergadura representativa de quinze ou dezasseis mil profissionais não é “pera doce”, obrigando a um suporte financeiro pesado, não só ao nível da própria estrutura física e organizacional, muito em especial na manutenção de um gabinete jurídico não só forte, mas acima de tudo conhecedor da realidade profissional da classe, não só em Portugal mas também fora dele.  
O peso financeiro do quadro de pessoal, representação da instituição, desenvolvimento e marketing etc., é uma realidade bem presente, mas que muitos profissionais recusam aceitar julgando que tudo se faz de “borla” ou através do “voluntariado”, mas foi, é e será essa realidade que um sindicato não só com o peso social, mas acima de tudo digno de nos representar. Sem estes ingredientes, temos um sindicato, digno de representar “fantasma ou redes sociais”!
Infelizmente em Portugal a classe vive uma atitude desintegradora do movimento sindical, passando ao lado deste mecanismo de defesa pelas mais diversas razões, nomeadamente ao nível do momento de ensino da profissão onde se evita esse mesmo ensinamento na defesa da classe, propagando-se uma “cegueira generalista” e propositada que a meu ver, é fatal para a salvaguarda dos direitos sociais e laborais do assistente social e que nos tem levado cada vez mais a sentir a total ausência de direitos e desrespeito pela dignidade da profissão e pessoa e onde apenas se reforça o dever profissional.
Julgo que todos percebem a importância social e os objectivos profissionais na existência da futura Ordem dos Assistentes Sociais e talvez num futuro Sindicato Independente dos Assistentes Sociais. Também sabemos que durante o processo de negociação da OAS ou de constituição do SNAS, poucos foram os intervenientes, poucos foram os que deram a cara ou de uma forma mais dissimulada ou até mesmo encoberta deram a ajuda possível, mas deram! Ao contrário do actual momento onde já se observam movimentos de pseudo interessados numa candidatura a Bastonári@, criando logo divergências estruturais que se por ventura fossem aceites seria o retrocesso ao Jurassik Park,  bem como outros que na procura de uma posição confortável, negam-se a aceitar de facto, a patologia paliativa e social de um sindicato que está gravemente ferido, nomeadamente pelas ilegalidades cometidas com a conivência de todos nós.
Precisamos da Ordem dos Assistentes Sociais? obvio que sim, a regulamentação e seu controlo é fundamental para o “renascer” da dignidade quer da profissão quer do profissional, a negociação de novas políticas publicas bem como do contexto académico e definição de competências profissionais!
Precisamos de um Sindicato (Independente) dos Assistentes Sociais possante? Mais que óbvio, caso contrário a OAS, não terá supostamente a capacidade jurídica para a aplicabilidade das linhas de orientação, para a defesa de direitos e o reforço da respeitabilidade pelos profissionais, ficando a classe numa condição laboral e social em muito semelhante ao que actualmente se vive ou até mesmo afirmar que passaríamos simplesmente a sobreviver na Zombie Land.
A actual “assistência” sindical tem obrigatoriamente que ser encerrada para impedir que a classe se mergulhe na obscuridade e iniciar-se uma nova era, um novo paradigma ajustado não só pela experiência, merecido respeito e dignidade, mas acima de acima de tudo pelo respeito e consideração do profissional como pessoa humana! É fundamental que nasça uma nova representação jurídica que para além de forte deve aglutinar massivamente os assistentes sociais para uma luta que não se avizinha fácil, muito pelo contrário!
Precisamos de voltar a respirar, seriedade, credibilidade, respeito institucional e motivação para sair de novo para a rua “sem medos”! Mas sim olhado como um profissional que é o mediador entre as políticas publicas sociais e a pessoa.  

© Esta reflexão em nada tem a ver com a APSS ou SNAS, sendo única e exclusivamente uma opinião pessoal e profissional de minha inteira responsabilidade!

(*) Licenciado em Serviço Social – ULHT / Pós-graduado em Gestão de Unidades Sociais e de Bem-estar – ULHT / Doutorando em Serviço Social - ISCTE / Member of the Associação dos Profissionais de Serviço Social (APSS) / Member of the British Association of Social Worker (BASW) / Member of the British College of Social Work (BCSW) / Member of the International Association for the defense of the Ostomy Person (AIDPO) / Member of the World Council of Enterostomal Therapists (WCET).

terça-feira, 13 de agosto de 2019

OSTOMIA NO CONCELHO DO BARREIRO - BREVE CARACTERIZAÇÃO DE UMA REALIDADE QUE PODE SER ALTERADA


(*) Vitor B Munhao


Usar um saco colector, um dispositivo médico para uma ostomia torna-se algo complicado e que nos obriga na maioria dos casos a abdicar de hábitos, rotinas culturais e de tradições que faziam parte da sua vida diária.
Uma ostomia, neste caso de eliminação ou digestiva provoca um revirar da nossa vida e para o qual nunca estamos preparados na sua grande maioria alterações nas mais diversas vertentes da vida social da pessoa nomeadamente ao nível clínico, higiene, alimentação e social, considerando também e na sua grande maioria o contexto financeiro.
O uso do dispositivo médico (vulgo saco) pode provocar um desconforto inicial levando numa primeira fase a um sentimento de ansiedade, medo e em muitos casos de revolta não só por não possuirmos a informação necessária para uma adaptação ao estoma e suas novas regras de vivencia, mas acima de tudo porque vivemos com algo colado ao nosso corpo e do qual não temos qualquer controlo. A sociedade deveria perceber as dificuldades físicas, emocionais e financeiras da pessoa com ostomia de eliminação, tornando-se algo que vai além da compreensão de quem nunca viu, sentiu ou leu sobre esta matéria.
Em Setembro de 2013 surge na cidade do Barreiro a Associação Internacional para a Defesa da Pessoa com Ostomia por força da experiencia dos seus fundadores e conhecimento prático e teórico da diminuta reposta técnica e social nesta área e onde o empenho na constituição de respostas sustentadas e de qualidade dedicadas ao ostomizado e sua família, não só no trabalho profissional do ponto de vista técnico mas, acima de tudo num contexto de humanização e proximidade dos cuidados da pessoa com ostomia, realizou-se um primeiro estudo de fundo desta associação.
Estudo que passou por contextualizar esta condição clínica e física no Concelho do Barreiro entre Janeiro e Maio de 2014, onde podemos considerar que quando falamos em ostomia de eliminação e em especial no Concelho do Barreiro os números deixam-nos algo pensativos perante os cerca de 312 homens, mulheres e crianças com esta condição entre uma população perto dos 78.764 residentes, o que equivale a cerca de 0,4% da população com uma problemática que origina anualmente um aumento na ordem dos 0.02% em relação a 2013. Os números apresentados resultam da recolha e tratamento de informação por parte da Associação Internacional para a Defesa da Pessoa com Ostomia, junto de diversas unidades hospitalares, principalmente do Centro Hospitalar do Barreiro, EPE que abrange os quatro concelhos. Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete.
Na sua maioria a comunidade Ostomizada é portadora de idade acima dos 71 anos e com uma incidência no sexo masculino na ordem dos 68,91%, em que 89% são reformados e utentes do Serviço Nacional de Saúde, 78% das Ostomias são Definitivas e 22% Temporárias. Na comunidade barreirense, cerca de 59% tem um rendimento abaixo dos €500 e 4,75% encontra-se acamado ou dependentes do cuidador para efectuarem algumas das tarefas diárias muito em especial ao nível da higiene pessoal e substituição do dispositivo.
79 destas pessoas, cerca de 25,32% estão localizadas na União de Freguesias do Barreiro e Lavradio, seguindo-se a Junta de Freguesia de Santo António da Charneca com 61 casos identificados, cerca de 25%. A União das Freguesias do Alto do Alto do Seixalinho, Santo André e Verderena com 18,59% cerca de 58 casos e por último a União de Freguesias de Palhais e Coina com 9 casos, cerca de 2.88%. Salientamos o facto da União das Freguesias do Alto do Seixalinho, Santo André e Verderena terem registado 2 casos com idades compreendidas entre a idade de recém-nascido e os 3 anos de idade, cerca de 0,64% e União de Freguesias do Barreiro e Lavradio identificado 1 caso com 9 anos, com uma ostomia provocada por acidente de viação.  
Em 2014 e na continuidade do trabalho de investigação desenvolvido pela instituição observou-se um aumento de casos com idades inferiores a 30 anos o que nos permite construir o pensamento sobre esta condição clinica e que nos dá alguma liberdade para construir uma questão de fundo “a identificação precoce da causa, em especial o Cancro do Colon e/ou Recto pode provocar o aumento da condição temporária de uma ostomia, diminuindo em simultâneo a ostomia definitiva?”
Os dados que têm vindo a ser avaliados provocam-nos um repensar de facto sobre as respostas de rastreio nomeadamente ao nível da colonoscopia e um reforço urgente das equipas multidisciplinares e nas acções preventivas na comunidade. Onde consideramos a urgência no reforçar das acções de sensibilização e informação junto da comunidade, disponibilizando a informação eficaz e eficiente de forma a desmistificar quer a importância da colonoscopia, bem como informar sobre as possíveis causas que originam a ostomia de eliminação ou digestiva.
O concelho do Barreiro com uma população na ordem dos 80.000 habitantes distribuídos por 36,39 km2, onde cerca de 21,60% desses residentes tem idade acima dos 65 anos e onde a Freguesia de Santo António da Charneca que se posiciona na terceira posição, sendo a mais povoada a União de Freguesias da Verderena, St André e Alto do Seixalinho, seguida pela União de Freguesias do Barreiro e Lavradio, é a de maior extensão geográfica e a que possui a faixa etária mais alta e posiciona-se na segunda posição em numero de casos de ostomia.
Podemos aqui também considerar algumas questões, nomeadamente ao nível da ausência de informação ou proximidade a unidades de saúde em zonas de maior isolamento, acessibilidade ou hábitos diários e questões culturais. Avaliar a importância da informação através de acções de sensibilização junto de uma população maioritariamente alentejana.    
A Cidade do Barreiro, é talvez dos 378 Concelhos do Continente e Ilhas o que mais informação possui sobre esta condição clínica e social, através dos diversos estudos e desenvolvimento de projectos relacionados com a acessibilidade, muito em especial ao nível das casas de banho para pessoas portadoras de deficiência e que foram nos últimos anos realizados pela AIDPO em Portugal e fora de Portugal.   
Informar, Formar para que seja possível uma melhoria da qualidade de vida do Ostomizado e do seu Cuidador Informal!
Existem inúmeros casos que nos mostram a “solidão” e a limitação na sua informação, sendo que e em grande número se tornaram “reféns” da sua Ostomia. Nem sempre admitem a inibição dos seus passeios, da limitação da sua vida social ou porque o intestino não está a funcionar como gostariam, porque desconhecem a possibilidade de realizarem uma irrigação (dependendo da opinião clínica e da enfermagem especializada).
As suas viagens por exemplo, no verão quando as temperaturas são mais elevadas, perceber o que fazer para que o penso ou placa de hidrocoloide não descole e não só, são situações que estas pessoas enfrentam na sua maioria com alguns sacrifícios mas, que pelo menos não tenham receios e possam pensar que é possível voltar a ter uma vida social, laboral e familiar muito próximo do que tinham antes da cirurgia que levou ao estoma.
Em Portugal o número de pessoas com ostomia de eliminação tem vindo a aumentar e continuará a aumentar por força das condições sociais e ausência de acções de rastreio ou sensibilização. Temporárias ou definitivas, as acções devem ser tomadas pelo Serviço Nacional de Saúde, criando políticas públicas de saúde e sociais adequadas e não reforçar apenas as políticas de salvaguarda de alguns grupos económicos.
Os últimos meses de 2019, serão com certeza momentos de informação e formação, dos quais daremos em momento oportuno conhecimento do calendário dos eventos no concelho do Barreiro.

Endereço da
Rua 1º de Dezembro 31B, Alto do Seixalinho, 2830-033 Barreiro – Portugal
Contacto +351 212 170 731

(*) licenciado em Serviço Social – ULHT / Pós-graduado em Gestão de Unidades Sociais e de Bem-estar – ULHT / Doutorando em Serviço Social - ISCTE / Member of the Associação dos Profissionais de Serviço Social (APSS) / Member of the British Association of Social Worker (BASW) / Member of the British College of Social Work (BCSW) / Member of the International Association for the defense of the Ostomy Person (AIDPO) / Member of the World Council of Enterostomal Therapists (WCET)

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