Após a chamada telefónica assisti, não só celeridade na chegada, profissionalismo na abordagem quer com a minha pessoa quer com a pessoa lesada, mas acima de tudo na forma humana como toda a equipa, composta por Homens e Mulheres abordou o meu pai.
Transformaram o pânico em
conforto, transportando-o para um ambiente de segurança em seu redor após o
trauma provocado pelo assalto que foi alvo dentro da sua própria casa. Assalto
que contraria algumas afirmações sobre o nível de segurança que se vive na Cidade
do Barreiro, nunca estiveram tão errados. Sendo que ainda hoje ninguém me conseguiu
explicar qual a razão pela qual a classe política e outros se negam a instalar
o sistema de CCTV na cidade do Barreiro e suas Freguesias.
Adiante, com toda a
calma e paciência conseguiram que o meu pai, um Homem de oitenta anos,
viúvo e com uma visão abaixo dos 20% retrocedesse temporalmente de forma a recordar
todo o incidente nunca permitindo que o medo voltasse a instalar-se de novo na
sua mente.
Com uma calma preciosa e
avocando uma posição de proximidade ao cidadão que também na sua condição de
pessoa humana, sabem o que é de facto o policiamento de proximidade,
conseguiram as informações que entenderam necessárias para perceber de facto o
que se tinha passado. Quais os bens furtados e uma possível identificação do artificioso
“colaborador da EDP” que insistia na troca do contador e o pagamento antecipado
de 67,50 euros de forma a perceber se havia mais dinheiro ou não em casa, o que
veio a acontecer “transportando” tudo o que conseguiu apanhar coagindo o meu
pai a entregar tudo o que tinha e que não tinha.
Apesar do roubo estar materializado,
roubo não, quero dizer subtração pois se afirmar roubo, ainda o
tal “colaborador da EDP” me acusa de difamação, não posso deixar de amplificar a
atitude dos Homens e Mulheres, neste caso que compõem o Comando da
PSP do Barreiro.
Homens
e Mulheres, alguns que a cidade do Barreiro viu crescer. Filhos do
Barreiro com quem tive o privilégio de jogar futebol (na altura quem tinha uma
bola fosse de plástico ou de borracha era o rei da rua) e onde se andava ao
soco e pontapé porque tinha levado uma canelada do guarda-redes, mas que cinco
minutos depois terminávamos no café da SFAL, Zip Zip para beber um pirulito e
perceber se tinha ganho um abafador ou um olho de boi.
Hoje travamos amizades
virtuais nas redes sociais! Já não se joga descalço para não estragar os ténis
Sancho ou pouco se sabe para onde foi o jogo da carica ou do espeta, muito
menos sabem quem foi o Cabo Ferreira da GNR (ali para os anos de 70) que com o
seu cavalo-marinho debaixo do sovaco levava as bolas para o posto ali para o
lado do Largo das Obras e ninguém piava.
Agente da Autoridade é
humano e como humano comete erros, tal como eu como Assistente Social já cometi
muitos, caso contrário estaríamos a falar de máquinas tipo Exterminador ou
qualquer coisa parecida! Ninguém é perfeito e na actual sociedade a perfeição parece
que existe apenas nas redes sociais e nos amigos virtuais que não conhecemos de
lado nenhum, mas que temos 4 mil e tal lá pelo facebook!
Hoje temos as redes
sociais e telemóveis que fazem filmagens soberbas enviando de imediato lá para
as clouds e depois para os facebooks ou instagrams aquilo que nos interessa e onde
se misturam os interesses sociais e políticos de conveniência denegrindo Homens,
Mulheres e instituição onde cada vez mais a taxa de suicídio sobe,
porquê será?
Nas redes sociais
observamos ataques desmedidos onde tudo vale apenas para a venda de jornais e medição
de share e obtenção de votos para alguns potenciais candidatos a governantes,
levando ao total desrespeito a quem não só é mal pago, mas acima de tudo está
presente na defesa dos meus direitos como cidadão, vivendo em alguns casos em autênticas
barracas onde nem eu nos meus tempos de militar de Cavalaria dormia. Se puxam
do “cassetete” ou levantam um pouco mais o joelho são crucificados na “Praça da
Betesga”!
Estes Homens e Mulheres
cumprem o seu dever não só como profissionais, mas acima de tudo como pessoas
humanas. Estiveram lá quando o meu pai precisou. Tenho a certeza que a precisar
de novo vão dizer, Presente!
Caros (as) Amigos (as),
dizer bom dia Sr. Agente, de certeza que não nos faz cair os “parentes
na lama”, mas sim reforça o respeito por um cidadão que ingressou numa
instituição talvez por preferência, ou talvez por predisposição, mas ingressou
e esse ingresso implica segundo os valores defendidos pela instituição (…) buscar
o ponto de equilíbrio nos conflitos de valor sempre presentes no plano da
segurança interna, nomeadamente: liberdade versus segurança; e ordem pública
versus direitos, liberdades e garantias (…)
Em meu nome pessoal
envio o meu reconhecimento aos agentes da PSP do Barreiro que perante a
situação ocorrida com o meu pai na passada quarta-feira não se rogaram no
cumprimento das suas funções, indo muito mais alem!
Como Ex-Militar fiz o seguinte juramento que infelizmente já em muito caiu no esquecimento
«Juro, como português e
como militar, guardar e fazer guardar a Constituição e as leis da República,
servir as Forças Armadas e cumprir os deveres militares. Juro defender a minha
Pátria e estar sempre pronto a lutar pela sua liberdade e independência, mesmo
com o sacrifício da própria vida.»
Vitor B Munhão
Barreirense