domingo, 19 de abril de 2015

LARES ILEGAIS, UMA RESPOSTA SOCIAL CADA VEZ MAIS (I) LEGAL

LARES ILEGAIS, UMA RESPOSTA SOCIAL CADA VEZ MAIS (I) LEGAL
 
Vitor Bento Munhão - Assistente Social / Social Worker
 
Muito se fala sobre a ilegalidade dos Lares e nada é feito por quem de direito. A conjuntura socioeconómica é sem dúvida a culpada pela proliferação destas pseudo respostas sociais para o idoso que em muitos casos é tratado como mero objecto fomentador de dinheiro para proprietários que de nada sabem nem querem saber. A legislação é directa e objectiva, podemos até afirmar que está enquadrada numa realidade actual mas, a sua aplicabilidade e controlo deixa muito a desejar.
Observamos um aumento medonho de casos de maus tratos e má nutrição no idoso quando chega ao hospital, sem que alguém tome as medidas necessárias, tornando o tempo restante do idoso um calvário. Lamento que alguns directores técnicos, assistentes sociais ou oriundos das designadas ciências sociais que cada vez mais se “vulgarizam” conforme menciona a legislação tomem a (ir) responsabilidade sobre equipamentos que nem a designação de “casa” merecem, levando a que e em muitos casos ocorram inclusivamente mortes prematuras, sem que nada seja feito pelas autoridades.
É vergonhoso observar de forma passiva estas (des) organizações, ditas para idosos proliferarem a cada dia e em espaços exíguos sem qualquer condição de higiene e salubridade para o acolhimento de quem por exemplo criou 8 filhos e que nem querem saber do Pai ou da Mãe, apenas da parca reforma do seu progenitor para comprar ipad´s ou telemóveis de ultima geração ou que “choram” não ter dinheiro e aparecem em viaturas de vinte mil euros, compradas com as poupanças de quem sabemos. Responsabilização por parte dos filhos, sou a favor e sou o primeiro a assinar! Atenção, responsabilização, responsável!
Uma das grandes questões que se levanta passa por tentar perceber qual o interesse por parte das autoridades que têm a competência de fiscalizar estes equipamentos que, diga-se de passagem estão muito bem referenciados muito em especial no Distrito de Setúbal, concelhos de Setúbal, Sesimbra, Barreiro, etc., nada fazerem. No entanto outros que batalham pela sua validação, são de forma continuada sitiados por empresas de propriedade de alguns “comandantes de bombeiros” que tocam e ameaçam se não escolherem a sua empresa para montar os equipamentos legislados ou autarquias que demoram dois anos para assinar um documento levando quase ao ponto de esgotamento financeiro e emocional por parte de quem pretende a legalidade e a humanização dos equipamentos.
Existem alguns números que mostram que em vinte e cinco quilómetros quadrados existem dois equipamentos legalizados e quarenta e três ilegais, quase que porta sim, porta sim!
Os que estão legalizados e possuem o respectivo alvará ou que se encontram a aguardar pela conclusão do processo de integração na rede não podem permitir um genocídio de quem quer trabalhar legalmente prestando respostas assertivas, eficazes e eficientes.
Não é possível dar continuidade a este negócio ilícito que tem como fonte de receita a vida humana. Respeito pela pessoa e sua dignidade como pessoa humana urge neste ramo social!   

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