Cada vez mais, numa sociedade que se intitula preocupada com a segurança
e o bem-estar da criança e do idoso, se observa a incúria e a leviandade de alguns
comentadores radio televisivos e apresentadores de alcofinha, pagos a peso de
ouro que apregoam chamadas de valor acrescentado em que o ALVO são os que maior
dificuldade sentem com as mediadas austeras que se vivem actualmente. Desconheço
se estes personagens dos Cartoons conhecem apenas da televisão ou se alguma vez
sujaram o sapatinho lá pelos campos da batalha social onde profissionais de
diversas áreas de competências são ameaçados, insultados ou mesmo esfaqueados
mas, que não deixam de estar ao nível das suas funções e vontade de minimizar
as verdadeiras dificuldades que se verificam nesta tal comunidade cada vez mais
egocêntrica e ausente de valores e princípios primários.
É meio “alienígena” ouvir comentadores que nem nas suas ordens
profissionais julgo serem aceites, sendo as reclamações por parte dos colegas
de profissão uma constante ou os tais apresentadores vendendo um produto
comercial que é uma logro mas, continuam impávidos e serenos a comentar
cenários em que eles próprios nem sabem o que fazer ou como actuar ou a vender
produtos que nem eles próprios comprariam ou gastariam €0,60 mais IVA para o
Estado.
O ataque ao Serviço Social é de tal forma cruel e cego por parte destes
“analistas de gaveta” que nem se apercebem da incoerência das suas palavras
toscas e desenxabidas.
Com certeza que chegou o momento de dizer BASTA de tanta ignorância,
ainda por cima por parte de quem nada sabe da realidade ou do que fala apenas
porque aparece na caixinha de televisão criando receitas incalculáveis para
redes televisivas, acreditando que tem o direito de chilrear tudo o que lhe
apetece.
Muitos profissionais do Serviço Social incomodaram-se, outros falam em
movimentos ou manifestações mas, quando chega a hora da verdade existe sempre
um inesperado assunto pessoal para resolver justificando a sua ausência. Porque
será? Falam da lentidão na constituição das ordens, ou inoperância das
associações de profissionais ou sindicatos mas, nem a cara dão para que essas
representações ganhem resistência escondendo-se virtualmente atrás das redes
sociais evocando o movimento de todos os profissionais, criticando e estrebuchando.
Lá vai o tempo onde o ponto de encontro era no café da esquina onde,
olhos nos olhos se discutiam estratégias, acções ou movimentos e não na
caixinha informática ou nas redes sociais onde grande parte dos intervenientes não
se conhecem pessoalmente ou sabem se de facto são pessoas reais.
Estranho alguns comentários “virtuais” em que alguns dos profissionais
têm a bravura, de forma útil e substanciada colocar algumas dúvidas dos seus
pensamentos metodológicos e recebem respostas autoritárias e sistematizadas,
para não dizer robotizadas por parte de assistentes sociais que apenas
aprenderam as silabas recusando aprender as restantes letras do alfabeto.
O desemprego na profissão de facto está elevadíssimo, muito perto dos
33%, motivo mais que óbvio que é necessária uma acção activa e incisiva junto
das entidades (in) competentes e incrementar as sinergias juntos das
associações representativas mas, pensarei seriamente se estarei ao lado das inconsistências
de profissionais de rei na barriga e que desacreditam a profissão ou
profissões.
Lamento que muitas profissões tentem o assalto desenfreado ao serviço
social, criticando de forma destruidora e desorganizada, provocando rupturas
académicas e profissionais sem qualquer sentido, apenas porque querem também
eles ser assistentes sociais, recusando-se simplesmente a integrar uma equipa
de acção e acima de tudo de ATITUDE.
O Serviço Social, todos o
querem mas, nem todos o podem ter! Muitos opinam mas nem todos o fazem com atitude
e conhecimento!
Vitor Bento Munhão - Assistente Social
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