domingo, 21 de junho de 2015

O SERVIÇO SOCIAL - CIENCIAS SOCIAIS, MESTRADOS E A MASSA À BOLONHESA

Vítor Bento Munhã - Assistente Social- Social Consultent Team  

Celeumas diárias sobre o Serviço Social e as actuais “divagações” sobre o que é e de onde vem. Ciências Sociais e a sua aplicabilidade na profissão, quando se defende o Serviço Social como ciência teórica e prática. Se defendemos uma profissão que não deve ser ocupada por terceiros, como é que se defende uma instrução centrada numa formação universitária generalizada, isto é, aceitamos a apreciação de Ciências Sociais, como ponto de impulso. Estranho, das duas uma, ou não percebo nada, talvez o mais certo ou então andamos a (re) inventar o conceito da “roda”. Do meu ponto de vista o Serviço Social deve ser observado como um trabalho que obrigatoriamente deve beber o saber não só teórico e especifico mas também prático de forma a tornar possível a mutação da sua acção no terreno, reforçando inequivocamente o factor do Saber e da Experiencia sustentada na Prática.

Ser ou não Mestrado integrado, poderá ser irrelevante ou não, considerar mais dois anos de pura teoria para a execução das boas práticas no terreno. No entanto deixo claro que poderá ser sempre uma mais-valia em determinadas áreas de estudo, que a meu ver podem carecer de maior conhecimento teórico e de maior profundidade.

Quanto ao conceito implementado por “Bolonha”, Pré, Durante e Pós, como o considerarem aqui devemos tecer com muita coerência algumas apreciações, para não darmos tiros nos pés, quero dizer com isto que não é por mais ou menos anos de formação académica que devemos avaliar a excelência ou não da aprendizagem no campo académico se, continuarmos sempre a utilizar os campos de estágio habituais onde se estuda mediante o que é “fashion” e não pela sua vocação mas, também por nos recusamos a aceitar os novos desafios sociais que nos são imputados pela nova realidade ou não aceitarmos que existem bons e menos bons profissionais de Serviço Social.

Neste ultimo ponto devemos observar que Assistentes Sociais com cinco anos de formação e outros com menos mas, que sustentam o exercício da sua profissão na experiencia pessoal e académica, deve ser aceite e respeitada se demonstram humildade e altivez “qb”, participação activa e se o fazem não só com profissionalismo, dignidade mas, acima de tudo com Respeito pelo Objectivo Profissional e Social do Serviço Social.

Apesar deste meu pensamento ressalvo que não sou de forma alguma a favor pela constituição do Decreto-lei nº 43/2014 que regulamenta os Cursos para Técnicos Superiores Profissionais em que e admito que três anos reduzem de alguma forma o nível de aprendizagem teórica, imaginem em dois anos! Para os colegas que têm estado mais ocupados, deixo um exemplo entre muitos, que do meu ponto de vista reflecte bem a preocupação de outras profissões em “ocupar” a profissão do Assistente Social, como é o caso do Instituto Politécnico da Guarda – Escola Superior de Saúde, onde mais uma vez o campo da Enfermagem e Saúde, com os devidos respeitos, tenta ocupar o lugar destinado ao Assistente Social. Felizmente este foi um dos cursos REPROVADOS pela DGES.

Espero futuramente não entrar num hipermercado da minha zona e encontrar numa prateleira perto das garrafas de Sumersby ou dos amendoins, pacotes em promoção tipo, “Licenciaturas na Hora…(…) compre um pacote de Serviço Social e levante na Caixa o seu talão com o Dr.(…)


"Inteligência é a capacidade de se adaptar à mudança."
Stephen Hawking

Sem comentários:

Enviar um comentário

OPINANDO A (DES)AUTORIDADE DO AGENTE DA PSP

  Após a chamada telefónica assisti, não só celeridade na chegada, profissionalismo na abordagem quer com a minha pessoa quer com a pessoa l...