domingo, 10 de abril de 2016

ÊXODO DO SERVIÇO SOCIAL PORTUGUÊS - REINO UNIDO AGRADECE

Portugal, um país que não reconhece não só as suas fragilidades sociais mas acima de tudo não reconhece a importância dos profissionais de serviço social portugueses, levando-os em muito e comparativamente aos profissionais de enfermagem a emigrar para o Reino Unido.

Portugal com uma taxa de desemprego na ordem dos 12,4%, sendo um dos países da EU com a maior taxa de desemprego, continua sem perceber a importância deste profissional de excelência quer como investigador de novas políticas sociais quer como mediador entre a sociedade e o Estado. Não se conseguindo compreender do ponto de vista político quais as intenções na continuidade por parte de todos, sem excepção, partidos políticos no não reconhecimento da classe.

O Assistente Social, estando embebido por mais de 60% no sector privado, o tal terceiro sector, em que um número considerável de instituições se recusa a cumprir quer as tabelas remuneratórias ou a valorizar as competências deste profissional, levando a que actualmente muitos assistentes sociais escolham a área profissional no Reino Unido. É como em todas as profissões frustrante encontrar assistentes sociais que nunca exerceram a profissão por falta de oportunidades ou simplesmente porque o IEFP caracteriza a profissão de forma leviana e sem qualquer tipo de responsabilidade, quero com isto dizer, permite propostas de emprego onde se “exige a licenciatura em serviço social ou o 12ºano para a candidatura X, descaracterizando por completo as competências e importância da profissão.

Felizmente as oportunidades e por muito que custe, do ponto de vista emocional, o Reino Unido apresenta-se como um nicho de oportunidades onde e no momento mais de 4 mil vagas se apresentam ao mundo dos assistentes sociais, podemos afirmar que tantas quanto os assistentes sociais desempregados em Portugal e nas mais diversas áreas de intervenção, nomeadamente os cuidados paliativos ou a protecção da criança ambas em grande desenvolvimento e de enorme importância em terras de sua Majestade.

Ao contrário do que alguns teimam em afirmar que Portugal continua a ser promissor nas oportunidades de trabalho, julgo que em muito estão desfasados da realidade, intencional ou por conveniência. Sejam realistas e admitam que as oportunidades de trabalho em terras lusitanas são nulas ou inexistentes e as que existem são grande parte delas ocupadas por áreas profissionais em tudo inadequadas ou pelo factor “c”.    

Entre outros países, o Reino Unido percebeu as capacidades humanas, profissionais e de adaptação dos nossos profissionais a uma nova cultura recebendo os Assistentes Sociais portugueses de braços abertos muito em especial na colaboração com a comunidade lusófona onde se calcula um número de residentes muito próximo dos 250 mil.

Certo é que e quando falamos em multidisciplinaridade, Portugal está muito aquém, continuando a ignorar o assistente social enquanto no Reino Unido a tal multidisciplinaridade é exactamente o que se pretende, a mixagem das profissões, a permuta do conhecimento, o trabalho em equipa para melhor produção de soluções sejam elas no contexto preventivo ou reactivo e onde o Social Worker é, peça fundamental.

Nos últimos 6 meses, cerca de 83 assistentes sociais ingressaram no mercado de trabalho do Reino Unido, juntando-se aos cerca de 172 que tomaram essa decisão sensivelmente a partir de 2008.

Sem comentários:

Enviar um comentário

OPINANDO A (DES)AUTORIDADE DO AGENTE DA PSP

  Após a chamada telefónica assisti, não só celeridade na chegada, profissionalismo na abordagem quer com a minha pessoa quer com a pessoa l...