Portugal com uma taxa de
desemprego na ordem dos 12,4%, sendo um dos países da EU com a maior taxa de
desemprego, continua sem perceber a importância deste profissional de
excelência quer como investigador de novas políticas sociais quer como mediador
entre a sociedade e o Estado. Não se conseguindo compreender do ponto de vista
político quais as intenções na continuidade por parte de todos, sem excepção, partidos
políticos no não reconhecimento da classe.
O Assistente Social, estando embebido
por mais de 60% no sector privado, o tal terceiro sector, em que um número
considerável de instituições se recusa a cumprir quer as tabelas remuneratórias
ou a valorizar as competências deste profissional, levando a que actualmente
muitos assistentes sociais escolham a área profissional no Reino Unido. É como
em todas as profissões frustrante encontrar assistentes sociais que nunca
exerceram a profissão por falta de oportunidades ou simplesmente porque o IEFP
caracteriza a profissão de forma leviana e sem qualquer tipo de
responsabilidade, quero com isto dizer, permite propostas de emprego onde se
“exige a licenciatura em serviço social ou o 12ºano para a candidatura X,
descaracterizando por completo as competências e importância da profissão.
Felizmente as oportunidades e
por muito que custe, do ponto de vista emocional, o Reino Unido apresenta-se
como um nicho de oportunidades onde e no momento mais de 4 mil vagas se
apresentam ao mundo dos assistentes sociais, podemos afirmar que tantas quanto
os assistentes sociais desempregados em Portugal e nas mais diversas áreas de
intervenção, nomeadamente os cuidados paliativos ou a protecção da criança
ambas em grande desenvolvimento e de enorme importância em terras de sua
Majestade.
Ao contrário do que alguns
teimam em afirmar que Portugal continua a ser promissor nas oportunidades de
trabalho, julgo que em muito estão desfasados da realidade, intencional ou por
conveniência. Sejam realistas e admitam que as oportunidades de trabalho em
terras lusitanas são nulas ou inexistentes e as que existem são grande parte
delas ocupadas por áreas profissionais em tudo inadequadas ou pelo factor “c”.
Entre outros países, o Reino
Unido percebeu as capacidades humanas, profissionais e de adaptação dos nossos profissionais
a uma nova cultura recebendo os Assistentes Sociais portugueses de braços
abertos muito em especial na colaboração com a comunidade lusófona onde se
calcula um número de residentes muito próximo dos 250 mil.
Certo é que e quando falamos em
multidisciplinaridade, Portugal está muito aquém, continuando a ignorar o
assistente social enquanto no Reino Unido a tal multidisciplinaridade é
exactamente o que se pretende, a mixagem das profissões, a permuta do conhecimento,
o trabalho em equipa para melhor produção de soluções sejam elas no contexto
preventivo ou reactivo e onde o Social Worker é, peça fundamental.
Nos últimos 6 meses, cerca de
83 assistentes sociais ingressaram no mercado de trabalho do Reino Unido,
juntando-se aos cerca de 172 que tomaram essa decisão sensivelmente a partir de
2008.
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