O sujeito é um ser sociável, incluído numa sociedade que o domina e a quem intima a determinados comportamentos e códigos de conduta. No entanto, o primeiro e principal âmbito que envolve o ser humano é a família, em sentido lato, para alem dos laços de sangue.
Genericamente,
falamos nas alterações da qualidade de vida provocada pelo surgir desta
condição, não só a nível individual, mas também da vida familiar.
O impacto de
uma ostomia na família altera os planos de futuro, papéis e responsabilidades,
bem como os modelos de interacção familiar. A adaptação da família a esta fase
problemática depende em grande parte do apoio do profissional de saúde ou de um
individuo de experiencia e recursos do sistema social.
No seio
familiar, quando um dos seus membros é acometido por uma condição clínica que
leve à construção da ostomia, o conjunto da célula familiar reage para tentar
ajudar o elemento que está em perigo. Apesar das reacções serem muitas vezes complexas
e que requerem a atenção e apoio dos profissionais de saúde, nomeadamente o
Assistente Social, o Enfermeiro, o Psicólogo ou o Nutricionista/Dietista.
Com efeito,
a ostomia não afecta apenas o seu portador, mas toda a sua envolvência,
particularmente a família muitas vezes originando uma crise na família, colocando
em causa toda a organização da vida quotidiana e as relações entre a sociedade.
Numa
perspectiva de desenvolvimento, a reorganização familiar em resposta a uma
situação de ostomia é influenciada pelo tipo de ligação vivenciada no seio da
família.
O embate da
doença na família acarreta incontáveis alterações, nomeadamente os planos de
futuro, os papéis e responsabilidades, bem como os padrões de interacção
familiar. De facto toda a família é envolvida nesta situação de crise, sendo
que a condição do sujeito portador da ostomia altera toda a dinâmica existente.
A ostomia do ponto de vista económico provoca um
aumento substancial no orçamento familiar, tendo em conta que a utilização
diária de dois a três sacos implica uma despesa acrescida nas pequenas reformas,
sendo que nem todos em Portugal têm acesso gratuito ou a preços reduzidos.
A reabilitação desta pessoa torna-se a
meta principal da equipa multidisciplinar, composta por médicos, enfermeiros,
psicólogos e assistentes sociais entre outros que assistem o ostomizado, na sua
(re) integração na sociedade, identificando e ultrapassando os obstáculos que
possam impedir sua adaptação ou reabilitação.
Para este cidadão, a qualidade de vida e
o bem-estar é o alcance máximo na medida em que ao ser intervencionada poderá deixar
de estar sujeito aos pesados tratamentos de radioterapia ou quimioterapia, com
as consequências inevitáveis destes tratamentos.
O regresso às actividades diárias tornam-se
uma prioridade o que leva o próprio individuo a avaliar essa qualidade, em
alguns casos melhor do que antes. A partir daí, os
cuidados com higiene e alimentação asseguram a melhoria na sua vida diária,
assim como algum tipo de controlo sobre as consequências da ostomia.
O sujeito que é submetido a uma ostomia sofre uma viragem de 180º na sua
vida a todos os níveis, social, financeiro, laboral, familiar e sexual. É nesta
fase que julgo emergente a intervenção de um cuidador informado e formado como
elemento promotor da (re) integração do sujeito ostomizado de forma a ajuda-lo
a ultrapassar as dificuldades inerentes este tipo de cirurgia.
Informar, Formar e Cuidar não custa nada
e eleva a qualidade de vida da pessoa ostomizada e sua família
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