quinta-feira, 21 de maio de 2015

O ASSISTENTE SOCIAL E O OSTOMIZADO - O IMPACTO DE UMA OSTOMIA NO MEIO FAMILIAR

Vítor Bento Munhão - Assistente Social

O sujeito é um ser sociável, incluído numa sociedade que o domina e a quem intima a determinados comportamentos e códigos de conduta. No entanto, o primeiro e principal âmbito que envolve o ser humano é a família, em sentido lato, para alem dos laços de sangue.

Genericamente, falamos nas alterações da qualidade de vida provocada pelo surgir desta condição, não só a nível individual, mas também da vida familiar.

O impacto de uma ostomia na família altera os planos de futuro, papéis e responsabilidades, bem como os modelos de interacção familiar. A adaptação da família a esta fase problemática depende em grande parte do apoio do profissional de saúde ou de um individuo de experiencia e recursos do sistema social.

No seio familiar, quando um dos seus membros é acometido por uma condição clínica que leve à construção da ostomia, o conjunto da célula familiar reage para tentar ajudar o elemento que está em perigo. Apesar das reacções serem muitas vezes complexas e que requerem a atenção e apoio dos profissionais de saúde, nomeadamente o Assistente Social, o Enfermeiro, o Psicólogo ou o Nutricionista/Dietista.

Com efeito, a ostomia não afecta apenas o seu portador, mas toda a sua envolvência, particularmente a família muitas vezes originando uma crise na família, colocando em causa toda a organização da vida quotidiana e as relações entre a sociedade.

Numa perspectiva de desenvolvimento, a reorganização familiar em resposta a uma situação de ostomia é influenciada pelo tipo de ligação vivenciada no seio da família.

O embate da doença na família acarreta incontáveis alterações, nomeadamente os planos de futuro, os papéis e responsabilidades, bem como os padrões de interacção familiar. De facto toda a família é envolvida nesta situação de crise, sendo que a condição do sujeito portador da ostomia altera toda a dinâmica existente.

A ostomia do ponto de vista económico provoca um aumento substancial no orçamento familiar, tendo em conta que a utilização diária de dois a três sacos implica uma despesa acrescida nas pequenas reformas, sendo que nem todos em Portugal têm acesso gratuito ou a preços reduzidos.

A reabilitação desta pessoa torna-se a meta principal da equipa multidisciplinar, composta por médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais entre outros que assistem o ostomizado, na sua (re) integração na sociedade, identificando e ultrapassando os obstáculos que possam impedir sua adaptação ou reabilitação.

Para este cidadão, a qualidade de vida e o bem-estar é o alcance máximo na medida em que ao ser intervencionada poderá deixar de estar sujeito aos pesados tratamentos de radioterapia ou quimioterapia, com as consequências inevitáveis destes tratamentos.

O regresso às actividades diárias tornam-se uma prioridade o que leva o próprio individuo a avaliar essa qualidade, em alguns casos melhor do que antes. A partir daí, os cuidados com higiene e alimentação asseguram a melhoria na sua vida diária, assim como algum tipo de controlo sobre as consequências da ostomia.

O sujeito que é submetido a uma ostomia sofre uma viragem de 180º na sua vida a todos os níveis, social, financeiro, laboral, familiar e sexual. É nesta fase que julgo emergente a intervenção de um cuidador informado e formado como elemento promotor da (re) integração do sujeito ostomizado de forma a ajuda-lo a ultrapassar as dificuldades inerentes este tipo de cirurgia.

Informar, Formar e Cuidar não custa nada e eleva a qualidade de vida da pessoa ostomizada e sua família

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