domingo, 26 de julho de 2015

CARTA ABERTA


CARTA ABERTA

EXMO. SR. PRESIDENTE DA REPUBLICA

EXMO. SR. PRIMEIRO MINISTRO

EXMO SR. MINISTRO DA SOLIDARIEDADE, EMPREGO E SEGURANÇA SOCIAL

EXMOS (AS) DEPUTADOS PARLAMENTARES 

Ainda não surgiu um Governo que tivesse a coragem política de se assumir como parceiro social para a constituição da Ordem dos Assistentes Sociais, permitindo desta forma a regulamentação profissional e do profissional. Não sendo de estranhar a crença do actual governo, diga-se de passagem que os anteriores não foram melhores, na recusa da constituição da Ordem dos Assistentes Sociais.

Pessoalmente estou cansado de promessas e outras artimanhas políticas que nos levam a continuar em impasses. Impasses que têm sido propositadamente incitados por outras profissões ditas das Ciências Sociais, Educação e até da Saúde que nunca olharam com bons olhos a regulamentação desta profissão.

Cada vez mais o respeito pela dignidade da pessoa humana é posta em causa, quando o aparelho do estado permite que outras profissões, nomeadamente psicólogos e enfermeiros se arroguem de forma mascarada como Assistentes Sociais, efectuem de forma absolutamente contrária aos desígnios do que é o SERVIÇO SOCIAL que deveria ser protagonizada pelo Assistente Social. Actuação que afirmo, colocar em causa a pouca saúde que ainda resta ao Estado Social, se não colocou já!

Assistimos hoje ao reforçar da acção misericordiosa e assente num assistencialismo de conveniência partidário e religioso onde se troca a constituição da Ordem dos Assistentes Sociais pelo Dia Nacional do Peregrino.

Presenciamos o aumento das ilegalidades e abusos sociais promovidos por profissões que apenas observam o resultado quantitativo e não qualitativo, onde o surgir de vertentes sociais nessas profissões têm literalmente ROUBADO de forma indescritível os postos de trabalho que por direito de competências tocam ao Assistente Social, levando-nos a números de desemprego que afirmo, assustam-me.

Vive-se um paradoxo onde observamos alguns deputados, aqueles que veemente votaram contra a Ordem dos Assistentes Sociais, ainda bem que não são todos, a tomarem posições que pessoalmente me envergonham pela sua hipocrisia e cinismo, correndo rotineiramente para a missa todos os domingos e outros até voluntariamente despendem algum do seu tempo, diga-se que irão dar mais tempo quando estivermos próximo do dia 4 de Outubro, em associações de solidariedade. Só ainda não descobri se também gostariam de ser Assistentes Sociais.  

Desregulamentação, Desordem, Descaracterização e Descontextualização são neste momento os ingredientes difundidos pelo actual governo, onde cada vez mais assistimos a uma liberalização inconsciente dos conteúdos funcionais, éticos e deontológicos da profissão, levando a que muitos profissionais do serviço social involuntariamente desconsiderem de facto a emergência das centenas de processos com que se deparam diariamente em cima da sua secretária, impedindo saídas externas, levando-os a considerar decisões ou posições sociais muitas vezes desacertadas. Situação de muito agrado para outras profissões que têm sido motivadas pelo lobby governamental e de aliança.

Pela primeira vez tomo a minha responsabilidade como cidadão e acima de tudo como ASSISTENTE SOCIAL de afirmar publicamente, a MENTIRA e a IRRESPONSABILIDADE que este governo tem promovido e submetido os profissionais de serviço social, um governo de empreiteiros do DESEMPREGO na classe e ANTISOCIAL da sociedade pelas políticas sociais em geral que tem implementado. É um governo de NÚMEROS QUANTITATIVOS onde a decência pelo serviço social é coisa que não existi nem se faz intenção de a considerar. 

Nota de rodapé

Este texto em nada espelha uma opinião colectiva ou institucional por parte da Associação dos Profissionais de Serviço Social ou de terceiros, em especial os Assistentes Sociais a não ser a minha exclusiva reflexão.
 
Vitor Bento Munhão - Assistente Social

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