domingo, 26 de julho de 2015

SERVIÇO SOCIAL, EXTINÇÃO PROPOSITADA - O ASSISTENTE SOCIAL, O PARADIGMA DO SAMURAI

Vítor Bento Munhão - Assistente Social 

Poderá ou não esta reflexão fazer sentido para o Serviço Social? Para mim faz todo o sentido.
Tentando uma afinidade entre o Assistente Social e o Samurai, mais correctamente designado por Bushi, podemos em tudo e consubstanciando a essência do Serviço Social e as quatros colunas de valores éticos e deontológicos que escoravam a vida de Bushi fazer uma analogia muito próxima dos conteúdos culturais e digamos profissionais de ambas as Culturas.
Não temos que nos inibir de nos considerarmos também nós Assistentes Sociais, os Samurais da actualidade. Disciplina na sua acção diária, Código de Honra na sua responsabilização profissional e relação com o cidadão, Lealdade para com os ensinamentos do Serviço Social e defesa da dignidade da pessoa humana, Habilidade na resolução dos muitos problemas sociais constantes e cada vez mais com génesis complexa e diversificada.
O Assistente Social é um autodidacta por natureza, investigador social por competência, empreendedor por necessidade, voluntário por opção entre muitas das características desenvolvidas pela sua formação pro-actividade e multiplicidade de conteúdos teórico e práticos. Considerado pela sociedade ocidental uma pessoa áspera e de práticas rudes, nada podia ser mais errado. Bushi venerava a Arte e a Cultura. Notáveis da poesia, caligrafia, pintura tentavam atingir os níveis do que se pode considerar a Perfeição. O AS tem na sua génesis académica e vocacional a defesa fundamental dos direitos do cidadão, da sociedade propriamente dita tal como Bushi defendia a sua cultura e tradição, a sua Comunidade. Apesar da sociedade contemporânea e em especial a Portugal nos considerarem de uma forma geral incomptos, absolutistas e donos dos auxílios sociais. Nós também somos Humanos e temos os nossos credos culturais e tradicionais que em muitas condições apenas nos permitem pela força das políticas partidária e de governo a mera execução tecnicista, inibindo-nos da tão desejada criatividade profissional.  
Infelizmente, a tradição Bushi extinguiu-se, talvez por força da modernização das armas de guerra e pela própria arte de fazer a Guerra. Do meu ponto de vista urge de uma vez por todas e independentemente da crença politica, a unificação da opinião profissional da classe e que tem sido defendida com os valores da profissão e a ética profissional por parte da Associação dos Profissionais de Serviço Social. Saliento tal como o pensamento Bushi, a defesa de uma cultura não pode ser dispersa e individual mas sim massificada e construtiva, reforçando a acção e o posicionamento profissional na sociedade. Permitindo que as forças representativas da classe reforcem o seu poder guerreiro e cultural para a defesa do Serviço Social e do Assistente Social.
Perdeu-se mais uma das muitas Batalhas travadas nos últimos quinze anos mas, ainda não se perdeu a Guerra! É emergente a adopção de novas estratégias profissionais e reivindicativas na defesa não só do Assistente Social mas e essencialmente do Serviço Social de forma a não nos tornarmos Bushi´s, tocando bandolim e rogando nas muitas vielas do pais do Sol Nascente!

Nota de rodapé
Este texto em nada espelha uma opinião colectiva ou institucional por parte da Associação dos Profissionais de Serviço Social ou de terceiros, em especial os Assistentes Sociais a não ser a minha exclusiva reflexão.

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