COLIGAÇÃO CONTESTADA MAS, QUE NINGUÉM A CONTRARIA - O INCOMODO PARTIDÁRIO DA REGULAMENTAÇÃO DE UMA PROFISSÃO

Vitor Bento Munhão - Assistente Social

Não podemos negar que nunca em momento algum o processo para a constituição da OAS havia exaltado tanta destabilização partidária como nos últimos dias. Não fico surpreendido depois de observar a resistência quase que doentia por parte de alguns deputados do PSD, invocando argumentos sem qualquer raciocínio. Afirmando aquilo que nada sabe e nem está interessado em conhecer. O PSD tomou a imprudência de declarar a diminuição da taxa de desemprego quando em Portugal reaparece em ALTA, a figura EMIGRAÇÃO! Criam-se postos de trabalhos virtuais (CEI´s e ESTÁGIOS EMPREGO, entre outros) para de facto a estatística ostentar uma linda e maravilhosa redução no desemprego, retiram-se 60 e tal mil desempregados das estatísticas. Ouvir a justificação dos digníssimos deputados da coligação é algo de tal forma enriquecedor que até aterroriza os mais incrédulos e não falo de Sua Santidade. É óbvio que a regulamentação é algo inimaginável para este governo de aliança ou, talvez outros que venham a seguir.

Do meu ponto de vista e atendendo a que a taxa de desemprego baixou substancialmente conforme afirmam, alguém me explique o desemprego de cerca de 30% ou mais dos cerca de +/-17.000 Assistentes Sociais? Aproximadamente +/-4.500 profissionais de Serviço Social. Como podem explicar a taxa de emigração da profissão com valores muito próximos dos 7% e por último como explicam os Srs. Deputados a (des) empregabilidade da profissão onde é, digamos quase impossível perceber a pluralidade de competências do Assistente Social. Desde e com todo o respeito e consideração por todas as profissões, aceitam, porque não o conseguem na sua profissão e acima de tudo não se alimentam do AR poluído, empregada de limpeza, operadores de caixa, recepcionista, motorista, auxiliares de lar, etc., se queremos integrar a profissão EMIGRAMOS ou candidatamo-nos ao Subsidio Desemprego ou RSI, outros, nada conseguem. Fazemos de tudo menos, o conteúdo para o qual se estudou, independentemente de 5, 4 ou 3 anos de formação.

O CDS/PP levou o “isco” até ao último momento legislativo, estratégia que suspeito intencional e de pura inconsideração não só pela profissão mas acima de tudo pelos AS. O PSD com o companheirismo do CDS/PP provou o desejo desbocado na implementação das políticas troikianas e de paladar a salchicha de Berlim, reforçando as políticas partidárias de conveniência e remetendo-nos para um patamar de irrelevância, óbvio com a cumplicidade do CDS/PP que cumprindo a fidelidade do casamento não podia cometer adultério, sob pena de ocorrer um divórcio litigioso.

Ao PS, conforme já afirmei tiro o meu chapéu pecando apenas por tardia a sua iniciativa e ao BE pela sua postura frontal pelo seu voto, com isto não estou a incentivar ao voto deixando essa acção ao critério de cada um dos AS.  

Fiquei preocupado por perceber, não espero estar errado, que a oposição parte exactamente do SECTOR DO ENSINO SUPERIOR e do suposto 3 SECTOR, se é que alguém sabe o que é, conforme a representante da CNOP o afirmou e foi o parecer que predominou até ao último instante desta luta inglória.   

O que vale é estar próxima uma boa fase, POBREZA VAI DIMINUIR, AUMENTO DE SALÁRIOS, DESCIDA DO IVA E IRS, ELIMINAÇÃO DAS TAXAS MODERADORAS e vamos CORRER COM A TROIKA!!!!!!!!!

PORTUGAL PARA A FRENTE destruiu o que se podia chamar regulamentação da profissão de quem pode de facto ajudar a levar PORTUGAL PARA A FRENTE, os ASSISTENTES SOCIAIS!

A APSS lutou até ao último HOMEM e MULHER, não se rendendo às evidências partidárias e lobbystas. Não chegou mas, não me considero derrotado nem um desistente com certeza que a APSS e os seus dirigentes também não, apenas uma PAUSA na GUERRA que será reaberta muito em breve, para uma nova BATALHA sem tréguas.

Não vou esconder-me atrás das extenuações ou esgotamentos, são inerentes a quem aceita a responsabilidade de participar na gestão e projectos de uma Associação como é a APSS, das duas uma ou aguento o resultado final desse trabalho, seja ele bom ou mau ou, sigo a minha vidinha por outro caminho.  

Vale-nos o dia 4 de Outubro, onde voltamos com certeza a receber a PROMESSA de que vamos ter ORDEM DOS ASSISTENTES SOCIAIS.

Nota de rodapé

Este texto em nada espelha uma opinião colectiva, institucional por parte da APSS ou de terceiros, em especial os AS a não ser a minha exclusiva opinião, nem reflecte qualquer animosidade para ou incentivo para mas sim o meu desagrado por mais uma vez ter sido enganado, politicamente falando.