(Vitor B Munhao - Assistente Social)
Mal do individuo que por desventura do destino tenha que ser subjugado a uma cirurgia e sair dela com uma Ostomia de Eliminação, seja ela temporária ou definitiva, para além da (des) informação que adquire na esmagadora maioria das unidades hospitalares, fica com o conhecimento, na primeira pessoa sobre, qual o custo e dificuldades na sua aquisição de algo que passa a ser tão importante como o ar que respira.
Mal do individuo que por desventura do destino tenha que ser subjugado a uma cirurgia e sair dela com uma Ostomia de Eliminação, seja ela temporária ou definitiva, para além da (des) informação que adquire na esmagadora maioria das unidades hospitalares, fica com o conhecimento, na primeira pessoa sobre, qual o custo e dificuldades na sua aquisição de algo que passa a ser tão importante como o ar que respira.
Em Portugal, supostamente um país desenvolvido, onde
algumas das muitas companhias que existem pelo mundo “operam”, vivem em grande
intimidade informativa e sectorial, constituindo-se algumas como elementos (des)
reguladores junto do Estado já que a “desarrumação” a que se assiste na
aplicabilidade da legislação é lhes de todo, vantajosa.
Afirmam-se como promotores da qualidade de vida e até
algumas como praticantes do assistencialismo, desconhecendo a minha pessoa se
por lá têm algum Assistente Social, incentivando ao endividamento da pessoa,
quando oferecem tickets de restaurante para que se compre o seu produto já de
si inflacionado ou apelando para que a pessoa ostomizada peça ao vizinho e/ou
amigo dinheiro emprestado para a compra do tal dispositivo. Outras empenham-se
nas ditas condutas especulativas quando incentivam à utilização desmedida e desorientada
dos produtos, apenas pensando na politica do quanto mais vende, mais ganho,
alheando-se ao que de facto o ostomizado necessita. Sabem perfeitamente que a
pessoa ostomizada precisa de INFORMAÇÃO e de FORMAÇÃO!
Do ponto de vista financeiro a pessoa ostomizada e face à
realidade vivida em Portugal sofre um impacto muito forte quando tem que
adquirir o tão importante dispositivo médico, muitos (re) utilizando o
dispositivo ou permanecendo com a placa ou penso colado no corpo mais que o
tempo devido, levando ao degradar da pele e por sequência o degradar do seu
bem-estar, aumentando o numero de visitas ao hospital ou centro de saúde.
As várias companhias defendem “virtualmente” o bem-estar
da pessoa ostomizada pois falamos de empresas, empresas devem gerar “receitas
financeiras e supostamente não fazer caridade”.
Companhias que vendem através do concurso do ACSS aos
hospitais numa perspectiva de “engodo” para o cliente/ostomizado e com preços
cerca de 50 a 60% mais baratos do que é vendido por exemplo, numa farmácia. Para
a companhia se no pós cirurgia utilizarem a sua marca, esse ostomizado pela
falta de informação que lhe é embutida, muito dificilmente selecciona outra que
lhe seja melhor ou se preocupa em saber se existem outras opções, logo temos um
ostomizado fidelizado durante seis a oito anos em média.
Falamos num negócio anual que ronda perto de 3,5 milhões
de euros para as companhias e onde o menos beneficiado é o Ostomizado que
convém DESTABILIZADO, (DES) INFORMADO e assunto pouco falado.
Não me surpreende que e face às dificuldades económicas da
grande maioria dos ostomizados portugueses e à sagacidade do empresário chinês
em Portugal, seja possível a distribuição dos dispositivos de uma forma encoberta,
de origem chinesa em que a qualidade, deixa muito a desejar, se é que não
começaram já, Quiçá!
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