(*) Vitor B Munhao
Em primeiro lugar
não posso deixar de agradecer o convite para efectuar uma breve reflexão sobre
o trabalho do Assistente Social no campo da pessoa ostomizada, endereçado pela Associação de Ostomizados de Cauruaru na
pessoa do seu responsável o qual humildemente aceitei e enviar as maiores
felicitações a todos os profissionais de saúde brasileiros em especial os (as) Assistentes
Sociais que comungam pela defesa da qualidade de vida e
bem-estar Pessoa Ostomizada.
Actualmente a
actuação do Assistente Social está condicionada por uma forte Globalização que
implica medidas de contenção levando a que muitas vezes o Assistente Social
exerça a sua actividade profissional segundo tecnicismos impostos pelas políticas
sociais do estado, inibindo-nos do nosso verdadeiro papel como mediadores,
promotores de soluções mas acima de tudo do papel de humanizadores.
A nossa condição como
mediadores entre a sociedade e o Estado não deve estar baseada única e exclusivamente
nestes tecnicismos, urge a necessidade da humanização dos serviços de saúde, das
políticas de saúde, nacionais e internacionais levando a que se procurem novas estratégias
com maior dinâmica, melhor qualidade e maior celeridade nas respostas,
nomeadamente na intervenção com a Pessoa com Ostomia e seu cuidador informal.
Citando Marilda Iamamoto (1997 p.14) a qual tenho o
privilégio de conhecer pessoalmente “Os
assistentes sociais trabalham com a questão social nas suas mais variadas
expressões quotidianas, tais como os indivíduos as experimentam no trabalho, na
família, na área habitacional, na saúde, na assistência social pública, etc.
Questão social que sendo desigualdade é também rebeldia, por envolver sujeitos
que vivenciam as desigualdades e a ela resistem, se opõem. É nesta tensão
entre produção da desigualdade e produção da rebeldia e da resistência, que
trabalham os assistentes sociais, situados nesse terreno movido por interesses
sociais distintos, aos quais não é possível abstrair ou deles fugir porque
tecem a vida em sociedade. [...]... a
questão social, cujas múltiplas expressões são o objecto do trabalho quotidiano
do assistente social”.
Do meu ponto de vista e como Assistente
Social, o pensamento da autora pode muito bem readaptar-se á intervenção social
séria e especializada no campo da ostomia, nomeadamente na procura de novos
conceitos para a promoção da
acessibilidade e da mobilidade do cidadão portador de uma ostomia de eliminação
como é a implementação do Wc-Polivalente
[pedido de registo nº 10494/INPI] já implementado em Restaurantes, Complexos
Desportivos na cidade do Barreiro e Centro Hospitalar Barreiro Montijo EPE, Hospital de Amarante e
que foi estudado, desenvolvido e implementado em Portugal com a preciosa ajuda
do Eng. Spencer Ferreira da Associação de
Ostomizados de Maricá.
Entre os muitos projectos desenvolvidos para a Pessoa
Ostomizada e dos quais colaboro no seu desenvolvimento pela sua polivalência,
dinâmica e inovação veio contribuir em muito para a promoção da qualidade de
vida e bem-estar do ostomizado português, permitindo-lhe a acessibilidade, a
mobilidade neste caso nas suas viagens de lazer ou em trabalho, num restaurante.
(*) licenciado em Serviço Social / Pós-graduado
em Gestão de Unidades Sociais e de Bem-estar / Expert in Ostomy Community / Member of the Associação dos
Profissionais de Serviço Social (APSS) / Member of the British Association of
Social Worker (BASW) / Member of the British College of Social Work (BCSW) / Member
of the International Association for the Defense of the Ostomy Person (AIDPO) /
Member of the World Council of Enterostomal Therapists (WCET)
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