domingo, 13 de agosto de 2017

ACÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL E O OSTOMIZADO, INTERNACIONALIZAR O NOSSO CONHECIMENTO

(*) Vitor B Munhao

Em primeiro lugar não posso deixar de agradecer o convite para efectuar uma breve reflexão sobre o trabalho do Assistente Social no campo da pessoa ostomizada, endereçado pela Associação de Ostomizados de Cauruaru na pessoa do seu responsável o qual humildemente aceitei e enviar as maiores felicitações a todos os profissionais de saúde brasileiros em especial os (as) Assistentes Sociais que comungam pela defesa da qualidade de vida e bem-estar Pessoa Ostomizada.

Actualmente a actuação do Assistente Social está condicionada por uma forte Globalização que implica medidas de contenção levando a que muitas vezes o Assistente Social exerça a sua actividade profissional segundo tecnicismos impostos pelas políticas sociais do estado, inibindo-nos do nosso verdadeiro papel como mediadores, promotores de soluções mas acima de tudo do papel de humanizadores.

A nossa condição como mediadores entre a sociedade e o Estado não deve estar baseada única e exclusivamente nestes tecnicismos, urge a necessidade da humanização dos serviços de saúde, das políticas de saúde, nacionais e internacionais levando a que se procurem novas estratégias com maior dinâmica, melhor qualidade e maior celeridade nas respostas, nomeadamente na intervenção com a Pessoa com Ostomia e seu cuidador informal.

Citando Marilda Iamamoto (1997 p.14) a qual tenho o privilégio de conhecer pessoalmente “Os assistentes sociais trabalham com a questão social nas suas mais variadas expressões quotidianas, tais como os indivíduos as experimentam no trabalho, na família, na área habitacional, na saúde, na assistência social pública, etc. Questão social que sendo desigualdade é também rebeldia, por envolver sujeitos que vivenciam as desigualdades e a ela resistem, se opõem. É nesta tensão entre produção da desigualdade e produção da rebeldia e da resistência, que trabalham os assistentes sociais, situados nesse terreno movido por interesses sociais distintos, aos quais não é possível abstrair ou deles fugir porque tecem a vida em sociedade. [...]... a questão social, cujas múltiplas expressões são o objecto do trabalho quotidiano do assistente social”.

Do meu ponto de vista e como Assistente Social, o pensamento da autora pode muito bem readaptar-se á intervenção social séria e especializada no campo da ostomia, nomeadamente na procura de novos conceitos para a promoção da acessibilidade e da mobilidade do cidadão portador de uma ostomia de eliminação como é a implementação do Wc-Polivalente [pedido de registo nº 10494/INPI] já implementado em Restaurantes, Complexos Desportivos na cidade do Barreiro e Centro Hospitalar Barreiro Montijo EPE, Hospital de Amarante e que foi estudado, desenvolvido e implementado em Portugal com a preciosa ajuda do Eng. Spencer Ferreira da Associação de Ostomizados de Maricá.

Entre os muitos projectos desenvolvidos para a Pessoa Ostomizada e dos quais colaboro no seu desenvolvimento pela sua polivalência, dinâmica e inovação veio contribuir em muito para a promoção da qualidade de vida e bem-estar do ostomizado português, permitindo-lhe a acessibilidade, a mobilidade neste caso nas suas viagens de lazer ou em trabalho, num restaurante.  


(*) licenciado em Serviço Social / Pós-graduado em Gestão de Unidades Sociais e de Bem-estar / Expert in Ostomy Community / Member of the Associação dos Profissionais de Serviço Social (APSS) / Member of the British Association of Social Worker (BASW) / Member of the British College of Social Work (BCSW) / Member of the International Association for the Defense of the Ostomy Person (AIDPO) / Member of the World Council of Enterostomal Therapists (WCET)

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