ABERTAMENTE FALANDO
EXMO. SR. PRESIDENTE DA REPUBLICA
EXMO. SR. PRIMEIRO-MINISTRO
EXMO SR. MINISTRO DA SOLIDARIEDADE, EMPREGO E SEGURANÇA
SOCIAL
EXMOS (AS) DEPUTADOS PARLAMENTARES
(*) Vitor B Munhao
Citando a notícia do Jornal Diário de Notícias de
2017/10/20 (…) A Assembleia da República aprovou hoje, na generalidade, os projectos
do PS e do CDS-PP para a criação da Ordem dos Fisioterapeutas, mas reprovou um
diploma dos socialistas para criar a Ordem dos Técnicos de Saúde. (…),
observamos a vergonha política em especial por parte do Partido Socialista e do
CDS/PP levando-nos para um ambiente de pura irresponsabilidade e conveniência
social quando e em especial dois partidos políticos que têm assumido papeis de
total ausência e permissão da desregulamentação profissional.
Certo é que em 2015 o PS assumiu um papel algo incomum
levando o projecto da OAS ao parlamento onde a meu ver nada de mais se poderia
esperar a não ser o CHUMBO e onde entendo que tudo não passou de uma mera
manobra estratégica para a fotografia sabendo desde o inicio que o projecto não
seria aprovado pela maioria parlamentar, onde se incluía o CDS/PP, na pessoa do
deputado Nuno Magalhães que se arrogava como um defensor acérrimo da OAS e o
próprio Ministro na altura Pedro Mota Soares, levando inclusive a constituir
negociações com o PSD na pessoa do deputado Luís Montenegro sobre uma tal de
moeda de troca para o Dia do Peregrino que afinal de contas não foi mais do que
um logro politico e troca de moeda para fazer vontades a terceiros e onde de
facto a personalidade e atitude de alguns políticos veio ao cimo, suportados na
mentira e maquiavelice dos interesses políticos, remetendo os interesses da
sociedade e necessidades sociais para terceiro plano.
Em 2015 alertei para o facto da ordem profissional dos fisioterapeutas,
gerontologos e podologista estar despercebidamente a ser considerada, prova
está o surgir agora da proposta pelo PS e CDS/PP, que nada mais evidencia o que
eu entendo como a continuidade da pouca-vergonha parlamentar que se vive no
centro de decisões como é a Assembleia da República e o desrespeito pelos
Assistentes Sociais e pela profissão.
De facto ainda não surgiu um governo com a bravura,
ousadia e seriedade politica para assumir esta tão importante ferramenta de
regulamentação profissional, porque de forma encoberta não assume que tem
interesse nesta desregulamentação, que é de todo vantajoso a existência de uma
monarquia sustentada pela rebaldaria que se vive assente nos proveitos pessoais
e de protagonismo para muitos dos tais gestores do dito terceiro sector.
Pessoalmente o cansaço de enumeras promessas políticas e
outras artimanhas que nos levam a continuar em impasses, impasses que têm sido
propositadamente incitados por outras profissões ditas das Ciências Sociais,
Educação e até da Saúde que nunca olharam com bons olhos a regulamentação desta
profissão, leva-me talvez a baixar braços.
Cada vez mais o respeito pela dignidade desta profissão é
posta em causa, quando o aparelho do estado permite que outras profissões se
reconheçam de forma mascarada como Assistentes Sociais, actuando de forma
absolutamente irresponsável e em nada suportada na ética profissional os que se
pode considerar por intenções do SERVIÇO SOCIAL onde a nossa presença
supostamente deveria ser indispensável.
Assistimos ao aumento das ilegalidades e abusos sociais
promovidos por profissões e até pelos próprios assistentes sociais que apenas
observam o resultado quantitativo e não qualitativo, onde o surgir de vertentes
sociais nessas profissões têm literalmente ROUBADO de forma indescritível os
postos de trabalho que por direito de competências e funções tocam ao
Assistente Social, levando-nos a números de desemprego que afirmo,
assustarem-me profundamente, não mencionando a taxa de emigração ou até de
suicídio que se continua a negar por parte das supostas entidades estatais.
Vive-se um paradoxo onde observamos alguns deputados, que
de forma presunçosa votaram contra a Ordem dos Assistentes Sociais, ainda bem
que não são todos e que tomam posições que pessoalmente me embaçam pela sua
falsidade e impudor, correndo rotineiramente para a missa todos os domingos e
outros que até voluntariamente despendem algum do seu tempo, em associações de
solidariedade, só ainda não encontrei se também gostariam de ser Assistentes Sociais.
Todo este processo me cheira a um batido de interesses
dos vários grupos políticos e partidários onde a conveniência dos grupos
parlamentares está no topo.
Desregular, Desarrumar, Descaracterizar e
Descontextualizar são os ingredientes difundidos mais uma vez por um governo
que se diz preocupado não só com a profissão, mas acima de tudo com a QUESTÃO
SOCIAL, mas mais uma vez a remeteu ao sabor das conveniências de grupos
particulares ou do próprio sector social onde os inúmeros interesses sectários
reinam a seu belo prazer e conveniência.
Cada vez mais assistimos a uma liberalização (in)
consciente ou (des) propositada dos conteúdos funcionais, éticos, deontológicos
da profissão, levando a que muitos profissionais do serviço social desistam de
um sonho, de uma profissão para a qual estudaram, gastaram milhares de euros.
Pela segunda vez tomo a minha responsabilidade não só
como cidadão, mas, acima de tudo como ASSISTENTE SOCIAL e não de Técnico de
Serviço Social, como muitos apregoam, de afirmar publicamente, a MENTIRA e a
IRRESPONSABILIDADE que este e outros governos têm promovido e subjugado os
profissionais de serviço social, um governo de empreiteiros do DESEMPREGO na
classe ao contrário da informação veiculada pela comunicação social e IEFP. Um governo
que vive apenas de NÚMEROS QUANTITATIVOS e IRREAIS onde a decência pelo serviço
social é coisa que não existi nem se fazem intenção de a considerar.
Aos Fisioterapeutas, envio as maiores felicitações!
Obrigado por mostrarem como se faz, esperando que não se tornem mais uma
ferramenta de bloqueio à constituição da OAS.
Nota de rodapé
Este texto em nada espelha uma opinião colectiva ou
institucional por parte da Associação dos Profissionais de Serviço Social ou de
terceiros, em especial os Assistentes Sociais a não ser a minha exclusiva
reflexão.
(*) licenciado em Serviço Social
/ Pós-graduado em Gestão de Unidades Sociais e de Bem-estar / Doutorando em
Serviço Social pelo ISCTE-IUL / Consultor / Member of the Associação dos
Profissionais de Serviço Social (APSS) / Member of the British Association of
Social Worker (BASW) / Member of the British College of Social Work (BCSW) /
Member of the International Association for the Defense of the Ostomy Person
(AIDPO) / Member of the World Council of Enterostomal Therapists (WCET)
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