(*) Vitor B Munhao
Desde 1935 que
andamos a marcar passo sem que o respeito pelos profissionais e o reconhecimento
da profissão seja concretizado. Papeis, Estudos e mais Estudos, Troikas e Geringonças.
Promeças eleitorais demagogas e desrespeitadoras da classe entre outras coisas
triviais que continuam a inibir a regulação da profissão.
Afinal qual a razão
para que os ardilosos tenham tanto pânico quando se fala na regulamentação da profissão.
Promessas e mais promessas, mas quando chega o momento de avocar a
responsabilidade, nada! Apenas o silêncio descarado de todos os partidos
políticos sejam eles de esquerda, centro ou de direita.
Em abono da verdade
e ela tem que ser dita o único partido político que assumiu de facto e
publicamente ou junto da Associação dos profissionais de Serviço Social foi o
CDS/PP que em conjunto com o PSD construiu um documento substanciando a necessidade
da regulamentação e sua intenção na tomada de iniciativa parlamentar, o que
aconteceu? Nada, ficámos pelas intenções. Certo é que o processo nunca esteve a
este nível, mas, se levamos 15 anos para chegar onde chegámos, arrisco-me a
pensar que mais 15 e chegamos lá!
Segundo a CNOP, “as Ordens
Profissionais são estabelecidas com vista à defesa e salvaguarda do interesse
público e dos direitos fundamentais dos cidadãos e, por outro lado, a
autorregulação de profissões cujo exercício exige independência técnica”, parece
que só para alguns que não sejam os AS, pois este organismo e já tendo o conhecimento
da intenção dos AS concordou com constituição de outras ordens profissionais á
posterior, nomeadamente a dos Psicólogos, Nutricionistas ou a mesmo a dos Engenheiros
Civis. Tornando mais que óbvio que a OAS muito
dificilmente irá para a frente quando se entende como ameaça a OAS por parte de
alguns grupos, confederações e até escolas de Serviço Social. Sentem-se ameaçados
por uma atitude que se exige reguladora e que esta Ordem Profissional iria com
certeza tomar, nomeadamente ao nível das contratações ou do ensino.
Contudo para essa
fiscalização dizem (des) entendidos que temos o ACT, que diga-se de passagem é
uma instituição que a actuar seriamente e reforço sériamente já tinha fechado a
maior parte das instituições de solidariedade, pelo facto da forma abusiva do contrato
de prestação de serviços ou vulgo “recibo verde” adoptado pela esmagadora
maioria das instituições de solidariedade ou lares privados e o ISS que deixa
muito a desejar pela total inactividade ou carência de atitude construtiva
entre outras.
Temos que admitir
que não convém a alguns políticos ou docentes, a OAS. Será supostamente um
incómodo para as tais estratégias do caritatismo e assistencialismo defendido
por determinados grupos.
De igual forma existem
AS que ocupam lugares de destaque, nomeadamente ao nível parlamentar e de onde
poderiam movimentar-se e levar este assunto até ao final, mas a disciplina de
voto não o permite ou a conveniência de manter o lugar é superior aos valores
éticos e sociais da profissão e do profissional.
Estranho ou talvez
não, tantos comentários baralhados, descontextualizados e acima de tudo de quem
nada fez a não ser criticar “desorientadamente” nas famosas redes sociais ao
ponto das unhas dos pés encaracolarem de tanta crueza e ignorância. Leio
anotações obscenas e completamente destruturados de quem nenhuma posição ou
acção tomou quando foi necessário, levando-me a perguntar, se não existissem as
redes sociais, onde escreviam as suas “críticas”? por carta? grafiti? ou telegrama?
Temos que assumir
que a fomentação do vínculo precário é uma estratégia altamente inibidora e é promovida
diariamente pelo Estado e seus governantes obrigando a maioria dos AS, sedentos
de uma posição de trabalho, para seu sustento e família a assumirem qualquer
vencimento ou vínculo laboral, alheando-se dos seus direitos não só como
profissionais, mas cima de tudo da sua dignidade.
Em suma vivemos
quase que um paralelismo Salazarista onde o minimizar a literacia do cidadão
era uma forma de manter o Povo, calmo e sereno sem fazerem grandes “ondas” até
que os Cravos apareceram no Terreiro do Paço. Na classe, vão dando umas
migalhas caducas para manter o AS satisfeito apenas reclamando nas tais redes
sociais.
Até sempre
(*) Assistente
Social
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