quinta-feira, 9 de março de 2017

ASSISTENTE SOCIAL, UMA VIDA (DE) PENDENTE

(Vitor bento Munhao - Assistente Social )

Cerca de 33% ou mais de profissionais do Serviço Social no desemprego, não contando com os que e por opção, não efectuaram a sua inscrição no IEFP. Infelizmente, dessa percentagem são muitos os que sobrevivem em posição complicada, com Rendimento Social de Inserção, Subsidio de Desemprego ou sem qualquer tipo de apoio porque o sistema social português não o permite.

Todos nós sabemos que o grande número no activo se encontra em funções no dito Terceiro Sector, o tal do privado e em grande número, julgando-se números acima dos 60% ou mais dos cerca de 17 ou 18.000 e em condições contratuais que deixam muito a desejar, executando muitas vezes tarefas que não lembram ao diabo mas apenas porque o responsável institucional assim o entende! Assistentes Sociais, que engrossam as fileiras de um exército que luta em silêncio para manter os princípios éticos e deontológicos da profissão promovendo a defesa dos direitos e da dignidade da pessoa humana, muitas vezes colocando a sua própria sustentabilidade profissional ou familiar em causa.

Sinto-me revoltado! Quando observo colegas que sobrevivem com aquilo que identificamos como “esmolas” ao pobrezinho, onde Estado lhes nega o apoio social. Homens e Mulheres que nos piores momentos da vida de um país deram todo o seu conhecimento prático e teórico deram os melhores anos de suas vidas em prol da profissão envergando a camisola, como se da sua vida se tratasse.

Assistentes Sociais que defenderam e apoiaram instituições, pessoas, famílias e onde a Sociedade, naquele momento mais difícil lhes virou as costas negando-lhes a sua granjeada salvaguarda social negando-lhes um direito, uma obrigação do Estado!

A Associação dos Profissionais de Serviço Social e o Sindicato Nacional dos Assistentes Sociais, duas figuras jurídicas em tudo diferentes na sua finalidade social mas, que em muito lutam por um mesmo objectivo, a Ordem dos Assistentes Sociais, devem constituir-se na minha opinião como forças activas e parceiras numa luta que se conjectura dura e emocionalmente desgastante mas, sem a participação dos milhares de profissionais será uma luta inglória!

Escrevo estas palavras com mágoa e tristeza por observar cada vez mais colegas, profissionais Homens e Mulheres que foram remetidos para um plano de “descontinuidade” como se de electrodomésticos se tratasse!   

Permitam-me alterar a célebre frase de Sir Winston Churchill

“Nunca antes no campo dos conflitos da sociedade, tantos deveram tanto a tão poucos”

(Esta reflexão em nada reflecte opiniões institucionais, politicas ou religiosas)

1 comentário:

  1. temos visto varias postagens de empregos de auxiliar do assistente social, educador de serviço social, orientador de serviço social, encantador de serviço social, e por ai, p. trabalhar 8 horas diárias, por um salario misero.

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