quarta-feira, 25 de outubro de 2017

ABERTAMENTE FALANDO

EXMO. SR. PRESIDENTE DA REPUBLICA
EXMO. SR. PRIMEIRO-MINISTRO
EXMO SR. MINISTRO DA SOLIDARIEDADE, EMPREGO E SEGURANÇA SOCIAL
EXMOS (AS) DEPUTADOS PARLAMENTARES

FELICITAÇÕES TERAPEUTICAS DEPOIS DE 15 ANOS
(*) Vitor B Munhao

Citando a notícia do Jornal Diário de Noticias de 2017/10/20 (…) A Assembleia da República aprovou hoje, na generalidade, os projectos do PS e do CDS-PP para a criação da Ordem dos Fisioterapeutas, mas reprovou um diploma dos socialistas para criar a Ordem dos Técnicos de Saúde. (…), observamos a vergonha politica em especial por parte do Partido Socialista e do CDS/PP levando-nos para um ambiente de pura irresponsabilidade e conveniência social quando e em especial dois partidos políticos que têm assumido papeis de total ausência e permissão da desregulamentação profissional.

Certo é que em 2015 o PS assumiu um papel algo incomum levando o projecto da OAS ao parlamento onde a meu ver nada de mais se poderia esperar a não ser o CHUMBO e onde entendo que tudo não passou de uma mera manobra estratégica para a fotografia sabendo desde o inicio que o projecto não seria aprovado pela maioria parlamentar, onde se incluía o CDS/PP, na pessoa do deputado Nuno Magalhães que se arrogava como um defensor acérrimo da OAS e o próprio Ministro na altura Pedro Mota Soares, levando inclusive a constituir negociações com o PSD na pessoa do deputado Luís Montenegro sobre uma tal de moeda de troca para o Dia do Peregrino que afinal de contas não foi mais do que um logro politico e troca de moeda para fazer vontades a terceiros e onde de facto a personalidade e atitude de alguns políticos veio ao cimo, suportados na mentira e maquiavelice dos interesses políticos, remetendo os interesses da sociedade e necessidades sociais para terceiro plano.

Em 2015 alertei para o facto da ordem profissional dos fisioterapeutas, gerontologos e podologista estar despercebidamente a ser considerada, prova está o surgir agora da proposta pelo PS e CDS/PP, que nada mais evidencia o que eu entendo como a continuidade da pouca-vergonha parlamentar que se vive no centro de decisões como é a Assembleia da República e o desrespeito pelos Assistentes Sociais e pela profissão.

De facto ainda não surgiu um governo com a bravura, ousadia e seriedade politica para assumir esta tão importante ferramenta de regulamentação profissional, porque de forma encoberta não assume que tem interesse nesta desregulamentação, que é de todo vantajoso a existência de uma monarquia sustentada pela rebaldaria que se vive assente nos proveitos pessoais e de protagonismo para muitos dos tais gestores do dito terceiro sector.

Pessoalmente o cansaço de enumeras promessas políticas e outras artimanhas que nos levam a continuar em impasses, impasses que têm sido propositadamente incitados por outras profissões ditas das Ciências Sociais, Educação e até da Saúde que nunca olharam com bons olhos a regulamentação desta profissão, leva-me talvez a baixar braços.

Cada vez mais o respeito pela dignidade desta profissão é posta em causa, quando o aparelho do estado permite que outras profissões se reconheçam de forma mascarada como Assistentes Sociais, actuando de forma absolutamente irresponsável e em nada suportada na ética profissional os que se pode considerar por intenções do SERVIÇO SOCIAL onde a nossa presença supostamente deveria ser indispensável.

Assistimos ao aumento das ilegalidades e abusos sociais promovidos por profissões e até pelos próprios assistentes sociais que apenas observam o resultado quantitativo e não qualitativo, onde o surgir de vertentes sociais nessas profissões têm literalmente ROUBADO de forma indescritível os postos de trabalho que por direito de competências e funções tocam ao Assistente Social, levando-nos a números de desemprego que afirmo, assustarem-me profundamente, não mencionando a taxa de emigração ou até de suicídio que se continua a negar por parte das supostas entidades estatais.

Vive-se um paradoxo onde observamos alguns deputados, que de forma presunçosa votaram contra a Ordem dos Assistentes Sociais, ainda bem que não são todos e que tomam posições que pessoalmente me embaçam pela sua falsidade e impudor, correndo rotineiramente para a missa todos os domingos e outros que até voluntariamente despendem algum do seu tempo, em associações de solidariedade, só ainda não encontrei se também gostariam de ser Assistentes Sociais. 

Todo este processo me cheira a um batido de interesses dos vários grupos políticos e partidários onde a conveniência dos grupos parlamentares está no topo.
Desregular, Desarrumar, Descaracterizar e Descontextualizar são os ingredientes difundidos mais uma vez por um governo que se diz preocupado não só com a profissão, mas acima de tudo com a QUESTÃO SOCIAL, mas mais uma vez a remeteu ao sabor das conveniências de grupos particulares ou do próprio sector social onde os inúmeros interesses sectários reinam a seu belo prazer e conveniência.

Cada vez mais assistimos a uma liberalização (in) consciente ou (des) propositada dos conteúdos funcionais, éticos, deontológicos da profissão, levando a que muitos profissionais do serviço social desistam de um sonho, de uma profissão para a qual estudaram, gastaram milhares de euros.

Pela segunda vez tomo a minha responsabilidade não só como cidadão mas, acima de tudo como ASSISTENTE SOCIAL e não de Técnico de Serviço Social, como muitos apregoam, de afirmar publicamente, a MENTIRA e a IRRESPONSABILIDADE que este e outros governos têm promovido e subjugado os profissionais de serviço social, um governo de empreiteiros do DESEMPREGO na classe ao contrário da informação veiculada pela comunicação social e IEFP. Um governo que vive apenas de NÚMEROS QUANTITATIVOS e IRREAIS onde a decência pelo serviço social é coisa que não existi nem se fazem intenção de a considerar.

Aos Fisioterapeutas, envio as maiores felicitações! Obrigado por mostrarem como se faz, esperando que não se tornem mais uma ferramenta de bloqueio à constituição da OAS.

Nota de rodapé
Este texto em nada espelha uma opinião colectiva ou institucional por parte da Associação dos Profissionais de Serviço Social ou de terceiros, em especial os Assistentes Sociais a não ser a minha exclusiva reflexão.

(*) licenciado em Serviço Social / Pós-graduado em Gestão de Unidades Sociais e de Bem-estar / Consultor / Member of the Associação dos Profissionais de Serviço Social (APSS) / Member of the British Association of Social Worker (BASW) / Member of the British College of Social Work (BCSW) / Member of the International Association for the Defense of the Ostomy Person (AIDPO) / Member of the World Council of Enterostomal Therapists (WCET)  


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