(*) Vitor Munhao
É geral o conhecimento para quem está minimamente atento
as enormes dificuldades pela qual passam os Assistentes Sociais onde e em
muitos casos o recurso aos subsídios estatais, aqueles que podem é uma
escapatória.
Por outro lado os que possuem uma posição laboral
precária são colocados em posições de autentica escravatura moderna, onde o
horário e funções vão para além daquilo que se possa considerar minimamente
humano. Todos os dias observamos os tais concursos por medida e (i) legalmente consentidos
pelo Estado, que teima em se alhear do rigor que seria necessário no
cumprimento de uma lei-quadro que permite um baile silencioso onde todos dançam
ao sabor de vontades institucionais e de interesses económicos ao ponto de
“enxotarem” profissionais com conhecimento profundo da profissão em benefício
do tal amigo que tem um familiar que precisa de uma boa posição e que até têm o
cartão do partido.
Percebemos dia após dia as dificuldades que são
publicadas por alguns profissionais menos preparados que abertamente e sem
receios denunciam casos de vertiginosa desagregação do conceito social
aprendido durante a sua formação e que os leva a questionar sobre de facto terá
sido uma boa opção a escolha da profissão. Torna-se emergente o apaziguar das
culturas profissionais e de conhecimento, para que em conjunto se construam “exércitos”
que para além de organizados devem também estar estruturados para uma luta que
se avizinha sem precedentes. Cada vez mais tomamos noção do desconforto
provocado na classe e em outras que de uma forma em tudo semelhante começam a
perceber que tudo aquilo em que acreditam, não passa de pura ficção cientifica.
Nos últimos meses toma-se conhecimento sobre o aumento do
número de contractos onde o designado director técnico ou de serviços que é
assumido pela figura de técnico auxiliar de serviço social, recusando as
instituições o assumir da contratação como director face aos custos mensais que
acarreta essa categoria profissional, apesar de consubstanciada na legislação
própria. Definitivamente não só uma diminuição do respeito pela sua dignidade
profissional, mas também um arrecadar de verbas que deixam de ser pagas pelas
instituições de solidariedade, principais interessadas nesta desorganização
estrutural da classe. Tornando-se triste observar profissionais seja qual for a
área de estudo, serem “obrigados” ao exercício diário de 12, 14 ou 16 horas
para manterem o seu posto de trabalho, de onde conseguem uns míseros €690 ilíquidos
ou pouco mais. Nesta matéria e face ao factor de fragilidade e necessidade por
parte de cada um que ainda ocupa um posto de trabalho, torna-se muito difícil a
contestação ou denúncia por receios de perca ou represálias.
Na acção profissional continuamos a pensar do ponto de
vista do que é “fashion” e não pelo que é de facto necessário levar por diante
contra todas as correntes predefinidas pela sociedade formativa ou dos
interesses instalados no que se define como terceiro sector! Pelos tais núcleos
duros de ditos “Pensadores”, levando a que e cada vez mais a sociedade
profissional assista impávida e serena, mesmo que estejam em desacordo. Temendo
o bloqueio dos grupos dominantes e de interesses obscuros na defesa dos que e
que pelas mais diversas razões são dependentes, temporariamente dos apoios
sociais.
Lastimosas e demagogas não deixam de ser as avaliações
feitas por alguns “profissionais” da política partidária sobre o contexto
social e as políticas sociais construídas sobre o próprio serviço social em si,
organizando planos maquiavélicos para que o Serviço Social seja avaliado de uma
forma dúbia e de conveniência às intenções dos “reguladores”, os mesmos que se
intitulam beneméritos na sua acção social e que defendem e praticam o
assistencialismo de conveniência assente no pilar do “coitadinho”! Não deixo de
lamentar o degradar das relações entre profissões e classes, condição que leva
ao minimizar das viabilidades de troca de conhecimento colectivo e individual
do profissional.
Se somos culpados pelo actual desrespeito da profissão, dos
profissionais e pela inactividade participativa na produção de politicas
sociais, óbvio que somos os principais culpados. Soluções? Talvez uma
massificação estruturada das próprias profissões remetendo os interesses de grupo
e olhar para o agregar de forças colectivas como uma forma de levar por diante
o propósito e essência do Serviço Social, observando os conhecimentos das
profissões e dos seus profissionais como ferramenta de construção dos pilares éticos
e de conhecimento para o erguer da auto-estima de algumas das profissões que compõem
o Serviço Social e a sua acção!
(*) licenciado em Serviço Social / Pós-graduado
em Gestão de Unidades Sociais e de Bem-estar / Member of the Associação dos
Profissionais de Serviço Social (APSS) / Member of the British Association of
Social Worker (BASW) / Member of the British College of Social Work (BCSW) /
Member of the International Association for the Defense of the Ostomy Person
(AIDPO) / Member of the World Council of Enterostomal Therapists (WCET)
Gostava de ter sido eu a escrever este texto. Está absolutamente fantástico.
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