sexta-feira, 22 de junho de 2018

O SERVIÇO SOCIAL - THE DARK SIDE OF THE FORCE, THE SOCIAL WORKER

(*) Vitor Bento Munhao

“I could keep my mouth shut, but it would not be the same!”

Preocupam-me as disputas de opinião de alguns profissionais sejam eles Assistentes Sociais ou de outras profissões onde e que cada vez se percebe o pânico provocado pelo surgir da Ordem dos Assistentes Sociais. Desânimo e desmotivação de outros provocado pelo desinteresse propositado dos governantes sejam eles qual a cor partidária no reconhecimento da regulamentação da profissão e até da parte de alguns académicos que a seu belo prazer não esquecendo a apetência desmesurada pelo poder, vão furando e compondo disfarçadamente o terreno minando aqueles mais desleixados para uma possível candidatura a Bastonária (o) da Ordem dos Assistentes Sociais porque sempre dá uma posiçãozinha de destaque social, umas viagens de borla e um autógrafo do Hernâni!

Em suma torna-se cada vez mais óbvia a instabilidade provocada pela forte intenção de nos constituirmos como Ordem Profissional, prova estão as palavras vazias, mas trémulas de pavor por parte da Confederação Nacional das Ordens Profissionais na pessoa do seu Presidente e dos seus mais diversos elementos presentes nesta convocatória na Comissão Parlamentar, observando-se uma atitude instigadora e de uma falta de respeito assustadora quando sabemos que dentro das suas próprias Ordens a “complexidade, da questão, sendo uma questão complexa e de grande complexidade onde a complexidade na regulação de uma profissão é complexa! (Presidente da CNOP e Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas), daqui está tudo complexamente dito!

Por outro lado, e supondo eu que a Bastonária da Ordem dos Enfermeiros que é portadora por conveniência ou convicção do representativo pensamento “social democrata” logo contra a nossa ordem, defende a sua profissão e os seus profissionais até posso compreender, pois faria o mesmo se naquela posição estivesse, mas com certeza não faria afirmações descuradas e assentes na falsidade ou viria em defesa depois de perceber as carambolas financeiras onde está metida a Ordem dos Enfermeiros (reportados em 2016), mas essa parte pertence aos enfermeiros, talvez por isso a percentagem de não pagantes da cota é assustadora e que me leva a pensar seriamente sobre a credibilidade desta Ordem Profissional.

Deixei de estranhar os comentários imaturos por parte da Ordem dos Enfermeiros muito em especial onde se alega que o Assistente Social não é autónomo lançando aqui mais uma confusão assente no maior desconhecimento sobre a profissão permitindo-me prestar mais um esclarecimento para que evite a senhora Bastonária de fazer figuras ocas e tristes, pois falar para estadista não é a mesma coisa que falar para Assistente Social sendo que a autonomia profissional, assente nas suas competências profissionais e académicas é total e cada vez maior.

É fácil concluir que, das duas uma ou muitos profissionais de saúde e outros se enganaram na profissão que sempre sonharam ou deixaram de acreditar nas suas licenciaturas, o que ainda acho mais grave. Devia-se procurar saber qual a razão de um número elevadíssimo de Assistentes Sociais possuírem um vínculo de prestador de serviços, o que “prova” a autonomia jurídica da profissão, tal como os seus enfermeiros que e cada vez mais os números são assustadores no campo do desemprego ou e face à Lei um paciente que tenha uma alta clínica não pode sair da unidade de saúde ou hospitalar sem a alta social, que caso desconheça apenas o Assistente Social a pode emitir depois da alta clinica e de enfermagem, apesar de enfermeiros, médicos e gestores hospitalares tudo fazerem para suprimir a importância deste profissional no sistema de saúde.

É desajeitada a atitude para com os Assistentes Sociais quando esta Ordem de Profissionais negocia com a determinadas associações empresariais o remeter do plano nacional de saúde para o privado, ajudando ao acumular da divida do SNS, falo da portaria 111/2018, entre outros acordos de cavalariça que permitem ás farmácias o acto de enfermagem, supostamente com enfermeiros pagos em prestação de serviços a +/-€3.25, remetendo a factura para o SNS ou faz cegueira sobre o pagamento de viagens pelo mundo a enfermeiros a troco da “imposição” ao individuo de determinados produtos e laboratórios. 

O Assistente Social tem por força da tal dita globalização da sociedade a necessidade de se tornar cada vez mais autónomo, mas também reforçar a sua independência profissional. Fruto da ausência de regulamentação. Muitos são os enfermeiros e outros profissionais que assinam um diagnóstico social ou fazem um encaminhamento assumindo-se a céu aberto como ASSISTENTES SOCIAIS, (parece o sonho de muitos) esquecendo-se que o Assistente Social tem uma formação própria e autónoma do ponto de vista científico das restantes profissões, mas não é independente do ponto de vista profissional, trabalha em equipa partilhando o seu saber e atitude profissional num ambiente multidisciplinar, escuta também o Saber de terceiros.

É estranho os governantes, continuarem a acreditar nos pareceres despropositados e o fortalecimento deste tipo de “fazendas” permitindo o degradar propositado de uma profissão que é por força dos seus conteúdos a “bridge” entre a Sociedade e o Estado.

No entanto não podemos continuar a ignorar a miscelânea de competências que nada têm a ver com a acção do Assistente Social, profissões criadas com um propósito muito específico, rentabilizar escolas com ideias em nada dignificantes, pois não explicam aos alunos qual o enquadramento profissional e social destas supostas licenciaturas, com todo o respeito e consideração que me merecem os (as) alunos (as) de outras licenciaturas no campo do social.

É frustrante quando se observa cada vez mais o Assistente Social que é substituído em concursos por profissões digamos que, “de maior modernidade” ou aqueles que aguardam a derradeira carta de despedimento para serem permutados por (in) competências académicas legalizadas pelos lobbys construídos por quem deveria ensinar a arte de bem executar o Trabalho Social ou por governantes que deveriam regulamentar a profissão para defesa da pessoa, do cidadão e que a ignoram ou dirigentes institucionais que numa total insipiência de conveniência premeditada remetem-se ao fotografo do dia para mobilizar as hostes de ogres e gárgulas tal é a ficção que se vive na profissão tornando-a pior do que viver ali para os lados do Triângulo das Bermudas, onde diz a história que muita coisa desapareceu sem ninguém perceber como e porquê!

E agora? Continuam as redes sociais a ser arma de arremesso onde se escondem os tais mentores das lutas pelos direitos ou vamos começar a marcar presença em frente da escadaria da Casa da Democracia? Eu já lá estive três vezes, aposto que alguns e algumas “movimentadores (as)” nem sabem onde fica!

I´ll be back, when? I don´t know!!! 


(*) licenciado em Serviço Social (ULHT) / Pós-graduado em Gestão de Unidades Sociais e de Bem-estar (ULHT) / Doutorando em Serviço Social (ISCTE) / International Health in VIA University of Denmark / Member of the Associação dos Profissionais de Serviço Social (APSS) / Member of the British Association of Social Worker (BASW) / Member of the British College of Social Work (BCSW) / Member of the International Association for the Defense of the Ostomy Person (AIDPO) / Member of the World Council of Enterostomal Therapists (WCET)

(Publicado em 11-01-1917)

1 comentário:

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