“I could keep my mouth shut, but it would not be the
same!”
Preocupam-me as disputas de opinião de alguns
profissionais sejam eles Assistentes Sociais ou de outras profissões onde e que
cada vez se percebe o pânico provocado pelo surgir da Ordem dos Assistentes
Sociais. Desânimo e desmotivação de outros provocado pelo desinteresse propositado
dos governantes sejam eles qual a cor partidária no reconhecimento da
regulamentação da profissão e até da parte de alguns académicos que a seu belo
prazer não esquecendo a apetência desmesurada pelo poder, vão furando e compondo
disfarçadamente o terreno minando aqueles mais desleixados para uma possível
candidatura a Bastonária (o) da Ordem dos Assistentes Sociais porque sempre dá
uma posiçãozinha de destaque social, umas viagens de borla e um autógrafo do
Hernâni!
Em suma torna-se cada vez mais óbvia a instabilidade
provocada pela forte intenção de nos constituirmos como Ordem Profissional,
prova estão as palavras vazias, mas trémulas de pavor por parte da Confederação
Nacional das Ordens Profissionais na pessoa do seu Presidente e dos seus mais
diversos elementos presentes nesta convocatória na Comissão Parlamentar, observando-se
uma atitude instigadora e de uma falta de respeito assustadora quando sabemos
que dentro das suas próprias Ordens a “complexidade,
da questão, sendo uma questão complexa e de grande complexidade onde a
complexidade na regulação de uma profissão é complexa! (Presidente da CNOP
e Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas), daqui está tudo complexamente
dito!
Por outro lado, e supondo eu que a Bastonária da Ordem dos
Enfermeiros que é portadora por conveniência ou convicção do representativo
pensamento “social democrata” logo
contra a nossa ordem, defende a sua profissão e os seus profissionais até posso
compreender, pois faria o mesmo se naquela posição estivesse, mas com certeza
não faria afirmações descuradas e assentes na falsidade ou viria em defesa
depois de perceber as carambolas financeiras onde está metida a Ordem dos
Enfermeiros (reportados em 2016), mas essa parte pertence aos enfermeiros,
talvez por isso a percentagem de não pagantes da cota é assustadora e que me
leva a pensar seriamente sobre a credibilidade desta Ordem Profissional.
Deixei de estranhar os comentários imaturos por parte da
Ordem dos Enfermeiros muito em especial onde se alega que o Assistente Social não é autónomo lançando aqui mais uma
confusão assente no maior desconhecimento sobre a profissão permitindo-me
prestar mais um esclarecimento para que evite a senhora Bastonária de fazer
figuras ocas e tristes, pois falar para estadista não é a mesma coisa que falar
para Assistente Social sendo que a autonomia profissional, assente nas suas
competências profissionais e académicas é total e cada vez maior.
É fácil concluir que, das duas uma ou muitos profissionais
de saúde e outros se enganaram na profissão que sempre sonharam ou deixaram de
acreditar nas suas licenciaturas, o que ainda acho mais grave. Devia-se
procurar saber qual a razão de um número elevadíssimo de Assistentes Sociais
possuírem um vínculo de prestador de serviços, o que “prova” a autonomia
jurídica da profissão, tal como os seus enfermeiros que e cada vez mais os números
são assustadores no campo do desemprego ou e face à Lei um paciente que tenha
uma alta clínica não pode sair da unidade de saúde ou hospitalar sem a alta
social, que caso desconheça apenas o Assistente Social a pode emitir depois da
alta clinica e de enfermagem, apesar de enfermeiros, médicos e gestores
hospitalares tudo fazerem para suprimir a importância deste profissional no
sistema de saúde.
É desajeitada a atitude para com os Assistentes Sociais quando
esta Ordem de Profissionais negocia com a determinadas associações empresariais
o remeter do plano nacional de saúde para o privado, ajudando ao acumular da
divida do SNS, falo da portaria 111/2018, entre outros acordos de cavalariça que
permitem ás farmácias o acto de enfermagem, supostamente com enfermeiros pagos em
prestação de serviços a +/-€3.25, remetendo a factura para o SNS ou faz cegueira
sobre o pagamento de viagens pelo mundo a enfermeiros a troco da “imposição” ao
individuo de determinados produtos e laboratórios.
O Assistente Social tem por força da tal dita
globalização da sociedade a necessidade de se tornar cada vez mais autónomo,
mas também reforçar a sua independência profissional. Fruto da ausência de
regulamentação. Muitos são os enfermeiros e outros profissionais que assinam um
diagnóstico social ou fazem um encaminhamento assumindo-se a céu aberto como
ASSISTENTES SOCIAIS, (parece o sonho de muitos) esquecendo-se que o
Assistente Social tem uma formação própria e autónoma do ponto de vista
científico das restantes profissões, mas não é independente do ponto de vista profissional,
trabalha em equipa partilhando o seu saber e atitude profissional num ambiente multidisciplinar, escuta também o Saber de terceiros.
É estranho os governantes, continuarem a acreditar nos
pareceres despropositados e o fortalecimento deste tipo de “fazendas”
permitindo o degradar propositado de uma profissão que é por força dos seus
conteúdos a “bridge” entre a Sociedade e o Estado.
No entanto não podemos continuar a ignorar a miscelânea de
competências que nada têm a ver com a acção do Assistente Social, profissões
criadas com um propósito muito específico, rentabilizar escolas com ideias em
nada dignificantes, pois não explicam aos alunos qual o enquadramento
profissional e social destas supostas licenciaturas, com todo o respeito e consideração que me merecem os (as) alunos (as) de outras licenciaturas no campo do social.
É frustrante quando se observa cada vez mais o Assistente
Social que é substituído em concursos por profissões digamos que, “de maior
modernidade” ou aqueles que aguardam a derradeira carta de despedimento para
serem permutados por (in) competências académicas legalizadas pelos lobbys construídos
por quem deveria ensinar a arte de bem executar o Trabalho Social ou por governantes
que deveriam regulamentar a profissão para defesa da pessoa, do cidadão e que a
ignoram ou dirigentes institucionais que numa total insipiência de conveniência
premeditada remetem-se ao fotografo do dia para mobilizar as hostes de ogres e
gárgulas tal é a ficção que se vive na profissão tornando-a pior do que viver
ali para os lados do Triângulo das Bermudas, onde diz a história que muita
coisa desapareceu sem ninguém perceber como e porquê!
E agora? Continuam as redes sociais a ser arma de arremesso
onde se escondem os tais mentores das lutas pelos direitos ou vamos começar a
marcar presença em frente da escadaria da Casa da Democracia? Eu já lá estive
três vezes, aposto que alguns e algumas “movimentadores (as)” nem sabem onde
fica!
I´ll be back, when? I don´t know!!!
(*) licenciado em Serviço Social (ULHT) /
Pós-graduado em Gestão de Unidades Sociais e de Bem-estar (ULHT) / Doutorando
em Serviço Social (ISCTE) / International Health in VIA University of Denmark /
Member of the Associação dos Profissionais de Serviço Social (APSS) / Member of
the British Association of Social Worker (BASW) / Member of the British College
of Social Work (BCSW) / Member of the International Association for the Defense
of the Ostomy Person (AIDPO) / Member of the World Council of Enterostomal
Therapists (WCET)
(Publicado em 11-01-1917)
Brilhante carissimo colega!!
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